terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A MEMÓRIA DAS PEDRAS






No compassado ciclo das marés
à vista dos sereníssimos
moinhos de maré
lá estavam
garças seixos e corvos
tão breves como nós
a inventar destinos
sem âncoras nos sapais

De passagem
para outros azuis
entoamos silêncios
resgatamos barcos
para não perder o rio

beijamos a memória das pedras


Eufrázio Filipe

16 comentários:

  1. lá estavam os moinhos de maré


    são aqueles que possuem sentimentos

    um abraço

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  2. moinhos, mós e marés...
    e memórias na passagem das águas.
    e um poema sublime.
    abraço

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  3. Muito lindo! A recordar as cheias do Tejo na bacia de Santarém - que tão bem conheci nos idos de 50/60...

    Belíssimas as palavras...

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  4. Poucos como tu conhecem e sabem recordar a memória dessas pedras.
    Um abraço fraterno

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  5. Sejamos como as garças, os corvos, os seixos... inventemos nossos destinos...

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  6. os moinhos de maré do Seixal,uma belissima imagem a fazer suporte a um poema cheio de memórias e sentires.

    beijinhos

    :)

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  7. Bom fim de semana ao pé do azul! De passagem para outros azuis, sempre!
    obrigada pela passagem pelo meu blog, para os azuis.

    "De passagem
    para outros azuis
    entoamos silêncios
    resgatamos barcos
    para não perder o rio."

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  8. Tudo é breve, menos a memória das pedras.

    Belíssimo!

    Bjs

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  9. O rio nunca se perde...ele está gravado na memória das pedras...
    Frescas e transparentes, são as águas que por aqui correm...

    Gostei muito Poeta! Abraço...

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  10. Tão sereno , que senti a maresia com cheiro a nostalgia!
    Bji EF

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  11. Superlativo este cantar das palavras autênticas na forma das coisas e dos seres.

    Que dizer perante o poema?
    Na anatomia do corpo
    o habitat e o rio
    são o Poeta revelado

    Os moinhos e as mós e nós
    moídos moendo destinos
    ancorados ao fundo da memória
    no silêncio das pedras

    Abraço.

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  12. Os homens vão, mas "as memórias" permanecem vivas.
    A memória das pedras, da baía, dos feitos, dos afectos, e... mto mais!
    Abraço ao homem e ao poeta
    Princesa

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  13. Olá boa tarde,
    Os rios correm sempre dentro de nós.
    Magnífico poema.
    Beijinhos
    Ailime

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