Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel
esculpir em síntese
a tua nudez
Nem o mar sabia responder
a tanto azul
nem eu sabia que tardavas
mas chegavas
chegavas chegavas
nunca mais acabavas de chegar
a tempo de plantar
uma árvore
que se desnudasse
folha a folha
Nem tu sabias senhora
neste deserto
a sede do entardecer
Eufrázio Filipe (2010)
19 comentários:
a noite sacia.
Precioso!
A sede nao cessa, aumenta... a medida que a noite avança...
Gostei.
Um abraço e bom fim de semana
Olá, Filipe.
Divino poema. Bela e abençoada inspiração que lhe chega, chega, chega...
abç amg
Agradecendo seu carinho no Solidão de Alma e amando tudo por aqui...Lindo o poema postado, beijos
Bom dia Poeta,
Magnífico poema!
O mar (aparentemene distraído) sempre, sempre a despoletar paixões que ao entardecer se tornam mais flamejantes.
Bjs e bom domingo.
Ailime
É lindo, claro!
bj
Há paixões a saciar...magia que nasce ao entardecer....
Lindo....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
~ ~ ~
Muito belo, Mar.
Beijo.
~~
"Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel"
Que belo começo deste excelente poema, meu amigo!
O entardecer tem ilhas de sede para que os poetas inventem as nascentes...
Uma boa semana.
Beijos.
A sede do entardecer sacia-se durante a noite, quando o luar adoça o mar.
Um abraço Poeta irmão
É lindo! Teu poema me deixa uma certa nostalgia de beleza em fim de tarde, num Outono que se aproxima.
Sempre com muita inspiração. O respeito amoroso pela mulher.
O mar aprendendo com o poeta a entardecer os dias.
Tão belo este poema, meu amigo!
Beijinho.
A espera inebria...
o entardecer no olhar do Poeta
muito belo!
beijinho
:)
Se não fosse a «sede do entardecer» poderia chamar-se «poema azul»... Muito bonito. E sempre com o mar por fundo...
Beijinhos azuis
Costuma dizer-se: quem espera, desespera; neste caso, o desespero é eterna ânsia, uma espera que se espera se demore...
Malha muito fina, a tua poética.
Bjo, amigo :)
A sede do entardecer
cabe numa folha de papel?
Cabe
a folha e a pele pele pele...
e o apelo pelo pêlo
o mar amar mar
sabia o poema.
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