Respiramos fundo
pelas narinas do vento
em todos os póros das palavras
esculpimos garatujas
num grão de areia
vestígios submersos
no movimento do rio
pequenos nadas
afagados pelas águas que passam
Resgatamos a pulso
por muito que doa às pedras
uma janela aberta
a síntese exposta
da nudez
Eufrázio Filipe
21 comentários:
Perdoa, poeta, mas começo pela fotografia. Linda! Que inspiração para teu poema!
Agrada-me a ideia de 'resgatar a pulso (...) uma janela aberta'.
que bela imagem :)
adoro o amor. sou até meio boba para falar. abraço profundo.
O Mar aqui bem representado em imagem e palavras!
Será que este também é Arável??
Só pode!! :)
Beijinhos
Uma imagem que parece um rasgo doído, permitido apenas para que a nesga de um rio pudesse mostrar que está bem protegido...
Um poema a dizer dos esforços para se expor uma nudez que, por certo, não se queria mostrada...
Tudo, tão bem composto, para a nossa admiração!
Se até mesmo as pedras oferecem a passagem para revelar a síntese dos nossos pequenos nadas... Abraços.
Haja sempre uma janela, ainda que resgatada a pulso e com dor.
Beijos, MA :)
a nudez das palavras com sabor a mar.
a imagem muito bem escolhida e em completa sintonia.
um beijo
:)
eloquentes "pequenos nada" os que resgatam a nudez das palavras...
belo, meu caro Poeta
abraço amigo
Todos vivemos de pequenos nadas. Contudo, serão grandes e únicos quando, como tu no poema, fazes deles belas esculturas...
Bjo, amigo :)
A nossa vida é como um mar, com marés ora altas ora baixas, onde a qualquer custo tentamos evitar que os " pequenos nadas " que fazem parte de nós e aos quais damos valor sejam arrastados por uma onda gigante, daquelas que de quando em vez aparecem. E neste balanço do mar lá seguimos nós tentando equilibrar o barco, " respirando fundo" e pedindo para que ele se aguente até ao próximo porto. Nunca sabemos se chegaremos lá! Amigo, um beijinho e um bom fim de semana.
Emilia
Ao despir da inspiração eis que surge o desejo.
Cadinho RoCo
A janela da poesia e da luz (do amor) a emergir do rio azul.
Beijinhos,
Ailime
O mar sempre foi uma inspiração para os portugueses...
Abraço do Zé
Resgataremos a pulso, sim!
Belo poema e forte mensagem.
Beijinho
A gota exposta através da muralha-de-todos-os-dias é a maravilha que se vê
Num mar sempre aravel a sublimação poética acontece.
Abraço.
A vida é um grande mar que se entretém a juntar pedras distantes...
Mais um excelente poema, meu amigo.
Seremos luz na senda do desejo.
ab
Tenho saudades do mar...obrigada Poeta!
Beijo
Houve uma mudança na sua poesia. Gosto mais desta sua veia.
Tem mais a ver comigo. Não sei explicar melhor do que isto.
Parabéns.:))
dói menos se as pedras foram da praia, arredondadas
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