Feríamos a água
de tanto remar
e nem sabíamos bem porquê
estávamos no tempo dos jacintos
e queríamos inexplicavelmente
ouvir a sabedoria das marés
a respiração dos sapais
semear gestos nos sulcos da água
Clandestinos lá fomos devagar
à descoberta do princípio do mundo
prateados como os olhos dos peixes
e os arados
humedecidas pela brisa
lá estavam as sereias no seu refúgio
em lençóis de linho e púrpura
sitiadas à nossa espera
a cantar os novos impérios
e nem sabíamos bem porquê
Eufrázio Filipe
(A profanação das metáforas)
Metafóricamente belo!
ResponderEliminarAbraço
SOL
Escapa-se o sentido do Universo...E as marés têm tanto a revelar...
ResponderEliminarLindo..
Beijos e abraços
Marta
Olá, Filipe
ResponderEliminarDesbravadores de marés e sereias...
abç amg
Leio-te sempre em voz alta.
ResponderEliminarGosto de ouvir o bater das palavras nos meus ouvidos.
Abracinho :)
ResponderEliminarPor mares nunca dantes navegados...
Abraço
Olinda
sedutor canto que embala os sentidos
ResponderEliminarbelo poema em louvor das Sereias!
ResponderEliminarmas em verdade, em verdade te digo - com Valquírias é que eu gosto de me entender ...
abraço, Poeta e meu Amigo.
M.V.
Tanto mar na sua poesia...
ResponderEliminarUm beijinho
As pedras sem vida também fazem parte da nossa vida e nem precisamos de as inventar; estão por todo o lado espalhadas e com cautela caminhamos para não tropeçarmos. Um novo barco nos espera a cada amanhecer e lá seguimos nós neste mar da vida sempre esperando que sereias nos acompanhem e nos protejam. Por mais que perguntemos às marés tão sábias,o destino do barco depende sempre da impresivilidade do mar. Há sempre ondas gigantes e raivosas e há também, amigo, muitas e muitas pedras.
ResponderEliminarHá também sempre bela poesia neste mar
Bom fim de semana. Um beijinho
Emilia
"Feríamos a
ResponderEliminaragua
de tanto remar
e nem sabíamos bem porquê",
lindíssimo
E os impérios são sempre cantados, pelo menos antes de caírem...
ResponderEliminarExcelente.
Bom resto de domingo e boa semana, cario amigo Eufrázio.
Abraço.
Enxertar cravos com rosas não dá...as rosas têm espinhos...Belo demais o seu poema. Li, reli e adorei. Beijos com carinho
ResponderEliminarOs belos sentires poéticos não precisam
ResponderEliminarde porquês!...
O poeta continua a lavrar fundo
ResponderEliminara soletrar os remos nas palavras
para que haja destino no ar
que respiramos
Sabemo-lo bem e por quê.
"E nem sabíamos porquê"
ResponderEliminarNenhum mar existe sem a silhueta dos barcos. São eles que nos transmitem "a sabedoria das marés". Tão belo, o poema, amigo.
Um beijo.
abraço, Poeta
ResponderEliminaro Heretico decidiu reabrir os comentários
sabes quanto apreciamos a tua presença
M.V.
quando era miúda queria ser sereia :)
ResponderEliminarGostei muito.:))
ResponderEliminareste é o tempo dos jacintos, das túlipas e dos narcisos
ResponderEliminardas sereias, também
Quando há uma força indómita, apenas se avança, o porquê está no ADN e, pouco a pouco, sobem-se degraus. De vez em quando, quedamo-nos em patamares (sempre intermédios) para nos deixarmos encantar pelas sereias... Depois, prossegue-se o caminho...
ResponderEliminarSeduziu-me este poema...
Bjo, Filipe :)
(A propósito: há já muito tempo que adotei o tratamento do tu nos meus comentários, pois nunca sabia quem tratava por tu ou por você; foi opção. Na sequência, também se podem dirigir a mim usando o tu.)