Demoras-te senhora nestas águas
porque é sempre breve
o instante
das pequenas vertigens
Vieste colher os meus lábios
para incendiar uma pedra
Na verdade o teu corpo
tão líquido e incerto
na voragem dos destinos inventados
vibra no ritmo das marés
ilumina-se por dentro
num feixe de faúlhas
habita as fendas rema
por onde espumam as salivas
Demoras-te senhora nestas águas
sentada no meu barco
mas nunca saberás
dos meus lábios uma palavra
sempre que tocar os teus
nem das línguas
o fogo regurgitado
que nos liberta
eufrázio filipe ( Que fizeste das nossas flores )
21 comentários:
Precisamos urgentemente de algo que nos liberte.
Abraço, amigo.
Irene Alves
Instantes líquidos por onde passam barcos e palavras de não dizer.
De sugerir, apenas.
Lídia
Um poema belíssimo, sensual e sem nenhum traço
de vulgaridade.Um talento raro (o teu) de
Poesia erótica e sublime (!):
"Nem das línguas
o fogo regurgitado
que nos liberta"
Adorei, Poeta (mestre das metáforas)!!
Bjs.
Tudo tão incerto... Escondido num fogo que anseia ser livre...
Demora.... O tempo magoa....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Também eu me demorei por aqui
Para repetir o instante
da leitura deste poema
tão líquido
Um gosto
sempre
olhar daqui o mar...
Beijo
Palavras nao ditas...labios que incendeiam... fogo que liberta
Bela construçao de uma poesia...
Nos instantes das pequenas vertigens, apenas as promessas sugerem fogo por arder.
Um abraço meu irmão poeta.
Lindo demais, parabéns pelo compor!
Muitas vezes, um beijo, sela o silêncio
daquilo que é para calar...
Belo poema, Mar.
Um abraço.
Janita
Boa tarde, a sensualidade do belos poema que escreveu é perfeito.
AG
labaredas de fogo branco - de tão vibrante!
forte abraço, Poeta
Lindo, Bjbj Lisette.
"Porque é sempre breve o instante"
é nele que se fundem as vontades.
Belíssimo!
Belíssimo.
Muito belo este seu poema. Mas o beijo tem destes milagres :)
Muito belo e sensual.
Adorei,
Bjs
Lábios que incendeiam as águas e nos deixam presos ao encantamento das palavras. Que belo poema, meu amigo!
Um beijo.
não saberás dos lábios as palavras, mas fica o sabor das águas...
tão belo isto!
:)
demorei-me neste poema :)
Por vezes também me demoro a vir até aqui mas a culpa não é da tua poesia, se bem que, quando venho, venho por culpa dela... E retardo-me na leitura de cada verso, procurando pelo sentido das palavras. Em vão! Os lábios que as pronunciam são sempre diferentes!
Confesso, também me senti uma senhora destas águas... :)
Bjo, Filipe. :)
belo lume este que brota das águas
e das pedras
"Demoras-te senhora nestas águas
porque é sempre breve
o instante
das pequenas vertigens
Vieste colher os meus lábios
para incendiar uma pedra"
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