Quando as realidades
e o poema despontam
escrevemos no papel
das paredes
verdades improváveis
palavras de carne e sonho
surpreendemo-nos
em todos os apeadeiros
sem empecilhos de margens
nem destinos
deixamos nómada o rio
à flor da pele
o teu corpo anfiteatro
onde os pássaros crescem
em coro
e as minhas mãos
Deste tempo guardo
a ambiguidade de algumas pedras
onde o silêncio exalta
o contorno das paisagens sibilinas
Revejo nos mais elementares esconderijos
os teus bosques preferidos
as precárias definições
Eufrázio Filipe
23 comentários:
E quebramos todas as regras,
_ indiferentes ao que não seja apenas o'sonho'.
Quando é o poema que se esconde nos bosques, a poesia revê-se.
Abraço poeta irmão
Templo de memórias...
Abraço.
As palavras de carne e sonho são as que fazem mais sentido :)
esconderijos onde erguemos as nossas verdades!
corpo anfiteatro e palco de pássaros acesos...
que precários são os dias de hoje!
abraço fraterno, Poeta!
Sugestivo, sem dúvida
"Deste tempo guardo
a ambiguidade de algumas pedras
onde o silêncio exalta
o contorno das paisagens sibilinas"
Bj.
Poema lindo.Gostei muito.
Beijo.
Como sempre muito boa poesia.
Abraço amigo.
Irene Alves
Poema carregado de mistério.
Subcutâneas mensagens.
Subliminares.
Belo sempre!
Abraço, poeta!
(* Lembrança: algum comentário já se publicou no alem do quintal. Talvez fique facilitado, poeta. Caso esteja tentando de telefone móvel, talvez seja preciso selecionar a tua conta para ativá-la)
Tudo se torna precário mais tarde. Mas aquele agora em que a perceção do real se plasmou no verso, será perene.
Mais um poema de arte!
Bjo, Filipe :)
Volto sempre ao local do "crime", neste caso o "crime" de gostar de boa poesia e de me identificar com tanta vida que existe nos teus versos.
Há já uns bons anos, a prova da minha admiração e amizade é que me lembro sempre, seja qual fôr a distância e o espaço no tempo.
Bj
De verdades improváveis nascem poemas que, provavelmente, ninguém conseguirá descobrir onde ficam os esconderijos que os orientam e inspiram...Belo demais para descrever!
Um abraço, Poeta!
Parabéns caro poeta. Bela poesia!Parabéns pelo blog.Abraço.
... como vês há diferença(s) entre o que 'escreve' e o que 'poeta'.
Gostei muito do poema de 'palavras de carne e sonho'.
Beijos
Palavras precárias. Tantas...
Não as deste belo poema.
Um beijo, amigo.
De precariedade são os nossos dias, indefinidas
são as nossas horas.É de verdades que mais precisamos, por mais
improváveis. Mas elas escondem-se em bosques de enganos.
Belo poema, caro Poeta.Obrigada.
Abraço
Olinda
esconderijos que só o Poeta sabe.
tão belo!
:)
Deixamos que a Vida corra sem a sobressaltarmos com decisões e discernimento consciente; assim a precariedade.
Belo Poema.
Abraços
SOL
Gosto muito dos poemas desta sua última fase.
Bom dia. :))
O poeta venturoso lê nas precárias condicões a coragem da aventura.
Olá, Filipe
"palavras de carne e sonho" que nos falam através de metáforas ansiosas.
abç amg
escrevemos no papel
das paredes
não será precária essa escrita
um abraço
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