Quando na limpidez dos silêncios
esculpida no espaço
dançaste em pontas
num palco de areias
por sobre as videiras
mais leve que o vento
eterna por um instante
despida de tudo
neste mar de terra arada
eu já tinha a tua sombra
projectada num lençol de linho
só me faltava a luz em arco
construir pontes
para não ferir as águas
eu já tinha a tua sombra
quando em silêncio
as escarpas vindimadas
te colheram em pleno voo
livre
musical
num sonho de mãos inteiras
flores azuis e uvas maduras
nas paredes da casa
onde se deitam os meus olhos
só faltas tu imensa
breve seara
Eufrázio Filipe
"não ferir as águas"
ResponderEliminar"sonho de mãos inteiras"
Podia, se soubesse, ser um poema meu
O resto, é tão grande e belo que nem me aventuro...
Só lhe faço uma crítica positiva, é uma pena não legendar as imagens que tem escolhido.
ResponderEliminarVenho propor um desafio: um soneto porque não?
Bom dia. :))
Belo! Parabéns.
ResponderEliminarAbraço
Belíssimo.
ResponderEliminarO vinho, o pão e a Poesia.
Abraço fraterno Poeta
Construir pontes...
ResponderEliminarTão lindo!
ANA
ResponderEliminarEstou a ficar velho para sonetos
As metáforas bebem da realidade e sublimam o seu poema ;
ResponderEliminar_ 'não ferir as águas' é uma esperança necessária.
abraço
Que dizer? Muito bom poema!
ResponderEliminarBjs
Belíssimo.
ResponderEliminarBom feriado. :)
Magnífica seara ondeando em palavras muito belas.
ResponderEliminarBjs
Ailime
as searas mais fecundas são assim - esquivas e raras!
ResponderEliminarbelo poema. meu caro Poeta
abraço fraterno
Olá, "Mar Aravel" !
ResponderEliminarNão me atreveria adicionar nada, além
de cumprimenta-lo pelo belíssimo poema.
Parabéns. Um fraterno abraço, aqui do
Brasil.
Sinval.
É importante não ferir.
ResponderEliminarÉ impotante construir pontes
É importante crescer pão e vinho
Mais importante é a imagem
nas águas claras reflectida
O corpo do poema chama
Há-de chegar, pelo silêncio da noite no grito da rua.
ResponderEliminarAbraço,
mário
sente-se a falta
ResponderEliminarconstruir pontes
ResponderEliminarpara não ferir as lágrimas
que caem no mar
eu ia jurar que já li este há mais tempo.
mas, é possível que de tanto ler-te penso que já li sem ler.
às vezes ando por aqui perdida nas escarpas das palavras semeadas...
beijo
:)
PIEDADE
ResponderEliminarTudo se move
até as palavras sem idade
Bj
~~~
ResponderEliminar~~ Magnífico poema, Amigo.
~~~~ Beijo ~~~~~~~~~~~
~
Uma falta muito sentida.
ResponderEliminarBelíssimo poema.
Beijinhos
Maria
"num sonho de mãos inteiras"
ResponderEliminarMuito belo!
Bom domingo. Beijo.
Há poemas que "poemizam" a minha mente.
ResponderEliminarEste é um deles.
Bjo, Filipe :)
Fiquei encantada.Adorei percorrer (os meus olhos) por este
ResponderEliminarpoema único na sua magnitude poética.
Guardando-o silenciosamente na alma...
Bj.
Olá, Filipe.
ResponderEliminarSoltar amarras e nos deixarmos embalar na sedução deste poema.
"mais leve que o vento
eterna por um instante
despida de tudo
neste mar de terra arada
eu já tinha a tua sombra
projectada num lençol de linho" - ah, seara, seara!
Belíssimo.
abç amg