2014 (Poética editora) Apontamento reconstruído
... e foi assim ...
um dia escrevi o amor é revolucionário e uma senhora que esculpi nas areias da praia, logo se levantou para me dizer
O amor é revolucionário? Interessante. Importa-se de me explicar claramente a sua ideia?
e eu respondi que sim.
Meu amor, nesta ilha rodeada de sonhos, se tivéssemos um barco, ai se tivéssemos um barco, como seria inútil este mar - lutaremos como somos e onde estamos.
A senhora de pé nas areias adiantou que as realidades quando sonhadas por vezes são mais verdadeiras - e ainda acrescentou - gostei de o ler, só é pena ser comunista.
Olhei-a nos olhos e respondi que não queria salvar o mundo só ajudar. A poesia é um prazer para quem escreve mas um desafio para quem lê. Tudo se move até o vento.
Por vezes um poema vale por um verso e um verso uma eternidade.
A senhora ainda de pé disse não ter entendido mas que as palavras eram lindas.
... e foi assim ...
neste chão de claridades, por mares nunca antes desgrenhados, subimos à nossa escarpa preferida para colocar um beijo no mastro mais alto da vida e dizer-lhe ao ouvido poemas ainda não escritos, presos a um sopro de vento.
EUFRÁZIO FILIPE
De te ler lido
ResponderEliminartenho percebido
que a "escarpa"
já foi
refúgio, trincheira
farol, bandeira
leito, hino
Hoje descobri-lhe
outro sentido
Ainda não sei bem qual, mas é lindo
~
ResponderEliminar~ ~ Concordo com a avaliação da senhora: uma maravilha!
~ Mas sem penas, com admiração apenas, amigo comunista.
~~~~~Bj~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
ResponderEliminarAs claridades de uma realidade a perseguir pela praia branca, uma mulher de areia que um dia se levantou. Chamava-se Poesia e sendo sonho, cantou. O que disse? Exatamente o que o leitor escutou.
Um beijo
haverá sempre um sopro de vento no mastro mais alto capaz de espalhar a beleza da tua poesia.
ResponderEliminarAbraço meu irmão poeta
Daí a "perigosidade" da poesia.
ResponderEliminarAbraço.
Um texto muito bem escrito, sem dúvida! Tem cheiros e cores, e parece-me que, casuais amores, também.
ResponderEliminarNão entendi a afirmação da senhora, a propósito do ideal político. Afinal, um beijo é sempre um beijo, quer ele aconteça com um/a comunista ou com um/a fascista. Foi bom? Não é, logicamente, para responder.
Dias felizes!
As palavras podem ser "armas" perigosas, trincheiras, preces, cantigas , esperança, salvação e tanta coisa mais...
ResponderEliminarUm beijo, meu amigo.
ResponderEliminare que beleza tão grande será
ouvir poemas ainda não escritos
presos num qualquer vento
que nos assole o ouvir.
beijo
:)
E a senhora sem nexo voltou a deitar-se, era já alto dia, não queria ser acordada.
ResponderEliminarAbraço,
mário
Sim, o amor é revolucionário; subversivo e revolucionário!
ResponderEliminarE não é que consolaste a senhora?
ResponderEliminarFoi uma cocega no seu ouvido...
São asssim as palavras dos poetas.
Beijinho, Eufrázio
Lindo demais esse texto.
ResponderEliminarE entre os encontros e desencontros do diálogo, restaram os sentires, tão particulares, assim como na poesia, que diz sem dizer e provoca querendo acalmar... e assim por diante.
Parabéns pela postagem!
Sentimentos e preconceitos são leitura comum ao mais singelo dos Seres.
ResponderEliminarO teu texto desvenda máscaras que existem e se escondem por trás dos rostos.
Mas, adorei o Tema/Texto.
Parabéns.
Abraços
SOL
Muito bonito este texto em prosa poética.
ResponderEliminarUm abraço. :))
melhor que escrever poesia é... fazê-la!
ResponderEliminardepois de provada, até os/as incrédulos/as acreditam no milagre!...
abraço fraterno, meu caro Poeta.
Vejo que essas escarpas escondem sonhos nunca dantes sonhados, amores revolucionários da alma e sopros que são vendavais.
ResponderEliminarLindo demais!
Beijinhos.
A epopeia do Amor é sempre uma luta que vale a pena ter.
ResponderEliminarOlá, Filipe!
ResponderEliminarPresos a um sopro de vento, ou a outra coisa qualquer, mas por vontade.
De novo, a leitura que fiz ao que escreveu, foi fascinante.
Abraço.
Fácil sentir, difícil explicar, ainda bem que temos a poesia... Esse sussurro, esse vento leve que provoca arrepios e volta a observar. Amar é amar.
ResponderEliminarBoa tarde, amor é amor independentemente da cor, religião ou da ideologia politica, a observação da senhora revela um vazio democrático e ambição de ser uma aprendiz de feiticeira.
ResponderEliminarAG
As palavras são lindas! Mérito do Poeta!
ResponderEliminarBeijo meu
Belíssima prosa poética!
ResponderEliminarQue soprem ventos favoráveis desvendando poemas "ainda não escritos"!
Beijinhos,
Ailime
Dos poemas não escritos o amor a revolucionar a vida.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Suponho que o nome que assina este texto é o teu, 'Mar Arável'. Ou ando distraída, ou ainda não me tinha dado conta que assinavas os textos e/ou poemas.
ResponderEliminarFiquei encantada. Foi dos textos mais bonitos que li aqui. O próprio titulo é sensível. Parabéns!
Abraço,
No masro mais alto brilha a estrela
ResponderEliminarpara que se enxergue o caminho
E da areia nascem bocas de beijar
os desgrenhados cabelos no ninho
Revolucionárias serão sempre as palavras no teu peculiar sentir poético.
ResponderEliminarBjo, Mar :)