reconstruído
Hoje vi com os meus olhos
uma santa mulher
asfixiar um pássaro nas mãos
só para desenhar no chão
a dor que sentimos
chamei-a
para deixar nas areias
um beijo côncavo
até a memória arder
os últimos barcos
e as algas discernirem
de olhos abertos
todos os ritmos das marés
chamei-a
para esgrimir contra
a invenção dos destinos
erguer o seu corpo
recolher todos os grânulos disponíveis
Hoje vi uma mulher amada
esculpida na praia
a despontar nas areias
inacabada flor de Abril
Eufrázio Filipe
Há algum tempo que não o visitava e arrependi-me de não o ter feito. Não é todos os dias que se lê tanta beleza. Um abraço, Eufrázio.
ResponderEliminarOlá, Filipe!
ResponderEliminarNão tenho poder de síntese, e por isso, não consigo comentar, prosa ou poesia, com duas palavras, como o faz.
Então, hoje viu uma mulher, bem avantajada, por sinal, flor de todos os meses, que esmagou um passarinho nas mãos. Sabe, meu amigo, por vezes, esmagam-se "coisas" por prazer, dor, ou raiva.
Fez muito bem em chamá-la. Pode ser que assim, completem a "obra" inacabada (não falem de ideologias políticas, aconselho, para não acontecer como a outra).
Gosto, sempre, do que escreve, porque mistura o sociopolítico com a ternura, o devaneio e o desejo.
Bom fim de semana.
Abraço, sem apertar.
"inacabada flor de Abril", tenho-a tão presente...
ResponderEliminarVirá de novo o Abril em que a flor -ainda- inacabada, despontará no regaço da mulher amada.
ResponderEliminarAbraço meu irmão poeta
Mesmo morto verei a flor a desabrochar.
ResponderEliminarAbraço,
mário
ai quem me dera ser poeta...
ResponderEliminartem um bom fim de semana
desculpa mudamos de rumo
já não somos "belos e malditos"
somos de tristan reveur
alguém que nunca existiu
e por não existir tornou-se
um mito.
por razões que a razão desconhece
mudamos de blog e de nome.
küss ich
tristan reveur ;-)
(o que nunca existiu)
Tanto de abril ainda para acabar, ainda por fazer...
ResponderEliminarUm poema que cala a voz para acordar todas as melhores imagens, que ecoam, belíssimo demais, parabéns!
ResponderEliminarE continua por cumprir-se o abril primaveril.
ResponderEliminarSó uma santa mulher seria capaz de guarda nela todas as nossas dores.
Bjo, Filipe
(Posso atrasar-me devido a compromissos, mas volto sempre aos lugares de (meu) encanto.)
~
ResponderEliminarA amenidade e calidez de Abril
despertam antigos sonhos...
~ ~ Prementes...
~ ~ Pungentes...
~ ~ Ardentes...
~ ~ Abril por realizar!
~~~~~~~~~~~~~~~~
Belo o teu sentido canto, Poeta!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~ ~ ~
inacabado Abril com ou sem a flor...
ResponderEliminar:)
"Inacabada flor de Abril": um pássaro que há-de sempre voar mesmo que o tentem asfixiar...
ResponderEliminarO teu poema é Lindíssimo!
Um beijo.
Embora todos os seus poemas sejam excelentes, este tocou-me de especial maneira.
ResponderEliminarObrigada pela excelente poesia!
xx
Esperemos que o mar revolto não faça subir a maré...
ResponderEliminarPoema majestosamente belo!!
.
Algum dia, a flor de Abril deixará de ser inacabada?
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo
Há dor, há esperança, há destinos...
ResponderEliminarHá muita coisa que pode e deve ser feita...
Que desabroche...que abra as asas e voe...
Lindo....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
A (im)perfeição das linhas inacabadas :)
ResponderEliminarNão tenho palavras para comentar tão belo e intenso poema.
ResponderEliminarSenti-o, e isso é que importa.
um beijinho
Fê
ه° ✿ミ
ResponderEliminarSimplesmente lindo!
Ótimo domingo!
Boa semana!
Beijinhos.
✿╮
╰✿✿ه° ✿
Inacabada ou espezinhada?!
ResponderEliminarAbraço.
Mulheres de Abril vestidas da dor tempos.
ResponderEliminarque resistem esculpidas no sopro das marés. e no olhar límpido dos poetas.
abraço, meu irmão
Flor esculpida com a arte do poeta e a areia leve das palavras . Inventaremos outro abril e renascerá outro flor
ResponderEliminarBelíssimo
Bji
belo poema.
ResponderEliminarboa päscoa
beijos.
Uma bela ode!
ResponderEliminarChegará o Abril em que a mulher cuidará da flor no seu mais puro íntimo.
ResponderEliminarUm poema onde da tensão latente resulta no desejado belo.