O granizo caía abrupto nas nossas vidas,queimava-nos a alma até aos ossos. Nunca mais chovia água de beber.
Lânguidos os rios mal desaguavam de tanto frio e solidão. O mar vadiava nas frinchas das falésias e os barcos ancorados, aguardavam nos mastros outros ventos.
Nas ruas havia uma certa efervescência . Um respirar ofegante.
Nas ruas as esquinas dos prédios despovoadas para os cegos abrirem os olhos. Nas árvores nem uma folha para esconder o arrepio dos pássaros. Nem um piar. Nem um sussurro.
Ao desnascer da noite alguém acendeu um fósforo e fez-se madrugada.
Os rios despertaram. O mar deu sinais de chamada. O vento soprou para um afago de velas e os barcos partiram para a faina.
A Primavera por cima dos escombros convocou-nos para um concerto ao ar livre. As flores despontaram nas nossas mãos, a cantar com os pássaros, como se fossemos livres e somos.
Eufrázio Filipe
Olá Eufrázio!
ResponderEliminarEnquanto sua poesia estende um tapete colorido para a Primavera que se aproxima, aqui estamos à espera do Outono que já bate à nossa porta!
Enquanto você rege seu "concerto de pássaros", eu ouço o canto da última cigarra!
Um grande abraço!
VitorNani & Hang Gliding Paradise
...e somos!
ResponderEliminarSempre haverá um sopro de primavera trazendo a liberdade da alma. Abraços.
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ ~ ~ B e l í s s i m o! ~ ~ ~
~ Como estão precisados os pássaros de um concerto!
~ ~ Um hino à liberdade, Poeta.
~ ~ ~ ~ ~
Gosto da primavera... flores e cores por todo canto... nos ilude e faz crer que a vida é sempre bela...
ResponderEliminarExcelente, poeta!!!
ResponderEliminar"Così vicino così lontano"
ResponderEliminarAs flores despontaram nas nossas mãos, a cantar com os pássaros, como se fossemos livres e somos.
Gosto de ver as cores e o cheiro da primavera que nos aquece o corpo :)
ResponderEliminarMuito bonito :)
Nasce a primavera com um grito de liberdade.
ResponderEliminarSenti o aroma das flores :)
bjs
Gostei imenso do poema,e tantos esperam a tal liberdade, e um sopro de vento para acalmar a alma.
ResponderEliminarAbraço
Que lindo! E tocante!
ResponderEliminarA nossa vida é uma aquarela.
Sacudamos o frio que nos trespassa!
ResponderEliminarExcelência de palavras e mensagem.
Bjo, Mar :)
ResponderEliminarSim, é disso que precisamos: de uma revoada de pássaros, em concerto, limpando o ar da madrugada. Outra madrugada.
Abraço
Olinda
Belíssimo!
ResponderEliminarBeijos!
a paisagem está apta - uma faisca apenas e o barcos fazem-se à faina.
ResponderEliminarlivres que somos - basta querer!
belíssimo, meu Amigo
abraço fraterno
A Primavera traz, também, as palavras mais belas.
ResponderEliminarBeijinhos, MA. :)
E grito contigo:
ResponderEliminar«a Primavera por cima dos escombros!»
Beijo meu
A primavera sempre volta para nos rasgar o silêncio e aquecer a alma.
ResponderEliminarDeve ter sido o seu aroma que me trouxe de volta.
Amei o texto e louvo o fósforo que fez acender a madrugada.
Um abraço.
Primavera encanta, abraço Lisette.
ResponderEliminarBelíssimo!
ResponderEliminarUm concerto com acerto
Os pássaros já ensaiam
asas largas de verdade
no arvoredo a liberdade
Um começo de primavera excelente!
ResponderEliminarEu fico esperando, a tal liberdade e a Primavera que tarda.
ResponderEliminarBjs
Que bom ter passado por aqui, hoje!
ResponderEliminarAbraço, Eufrázio.
Um dia haverá em que nos encontramos com a vida. Entretanto, basta-nos a poesia.
ResponderEliminarUm concerto sublime. Intemporal. Cheguei a tempo de o ler, ouvindo...
ResponderEliminarAbraço fraterno
Bastou acender um fósforo para que as ideias clareassem!
ResponderEliminar...e somos (?)
ResponderEliminarLindíssimo!
SOMOS. Dentro enquanto não for fora. Certas palavras dão-me uma nostalgia tão grande, da liberdade, como uma borboleta na Primavera.
ResponderEliminarAbç