republicado
As pedras marinhas de tão azuis
regressam à tona
juntam-se para respirar
a paciência das aves
cumprem destinos de migalhas
respiram fundo pelas narinas do vento
Viris e soltas povoam afluentes
puríssimos novos celeiros
talvez por isso queiram voar
contra o rosto das palavras
ou pairar como sinais de penas
As pedras marinhas
reanimam a voz oculta da luz
que se quer liberta insofrida
a coragem de lutar sobre ruinas
Eufrázio Filipe
9 comentários:
As vezes é preciso respirar fundo e seguir em frente.
Sua poesia é de uma delicadeza imensa.
Beijinho.
Em cada verso
revejo mais uma razão
porque cabem aos poetas
dar ânimo a quem luta
não que me falte agora
mas cada dia é mais difícil
lutar sobre ruínas
O problema é que muito poucos têm a coragem para lutar a partir de ruínas. E a voz inconformada dos poetas tem sempre uma razão de ser. m
Mas teria mais, se as vozes fossem divulgadas.
No fundo , ninguém quer saber.
xx
Tão cristalina que me ofuscou o azul!
Imensa, a sua poesia!
O azul vence o cinzento, sempre.
beijo, MA. :)
Vir à tona respirar o perfume de palavras marinhas que esvoaçam com as aves, é bom, muito bom. E a voz oculta da luz acabará por se fazer ouvir.
Abraço.
Olinda
ruínas
que acolham a coragem!
não é simples!
um beijo
:)
Os sinais de penas que as penas deixam gravados no rochedo hão de guiar as aves pelo labirintico percurso da liberdade.
Até o obscuro anseia pela claridade... Mas quando está há tempo demais nas profundezas, o fôlego falta...
Sempre um encantamento passear-me nos teus versos.
Bjo, Mar :)
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