sábado, 29 de novembro de 2014

NO PULMÃO DAS MARÉS



                                                                                                  republicado


Neste porto desobrigado de fronteiras
e outros céus
vem à tona a energia imperecível
dos desertos
o perfil escarpado da luz
fragmentos de círculo

Nesta apoteose de neblinas
defino a brancura do teu corpo
de pátria movediça
como um prado onde refulgem
transfigurações de barcos
rumores de outros mares

Amo esta janela com vista para o vento
onde é possível ser eterno
por um instante
povoar o silêncio errante das metáforas
e viver apaixonado
no pulmão das marés


21 comentários:

  1. Enorme este poema!
    Que me traz a maré?
    A mim que aguardo de pé
    A maresia de alfazema.

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  2. O perfil escarpado da luz. Uma janela com vista para o vento. Palavras que a maré leva e traz...
    Um beijo, amigo.

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  3. Amo esta janela com vista para o vento
    onde é possível ser eterno

    Gostaria de ter isso... a janela, o vento e a eternidade...

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  4. Gostei do poema e da foto, que tentei ampliar para ver o nome do blogue, mas não consegui...

    Um bom domingo para si:)

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  5. A beleza do mar , "só" ou em companhia, por vezes tem um preço elevado.

    Beijinho :)

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  6. a domar os ventos no (en)canto das metáforas...

    belíssimo, Poeta meu irmão.

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  7. Poema como nevoeiro da manhã_ abre nossos sentidos para o 'rumor de outros mares',
    obrigada

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  8. Gostei do que vi para além da apoteose de neblinas...fascinam-me igualmente as neblinas .... o mistério, a cortina de fumo branco ...

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  9. Passando sobre metáforas em flor para respirar os rumores deste mar.

    Bj.

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  10. ~ ~ "... ser eterno por um instante..." ~ ~

    ~ ~ Arte poética veemente, original, subversiva e apaixonada...

    ~ ~ ~ ~ Dias ditosos e iluminados. ~ ~ ~ ~

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  11. Só os grandes poetas são eternos por um instante e sabem povoar o silêncio com versos tão delicados e tão profundamente lindos!
    Sorrisos e estrelas na tua semana,
    Helena

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  12. Belo, muito belo!
    "Pátria movediça", essa "janela com vista para o vento" que um dia nos devolverá a claridade!
    Beijinhos,
    Ailime

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  13. um porto desobrigado e uma janela com vista para o mar!

    que mais pode desejar o Poeta?!

    sublime!

    :)

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  14. A vista desobriga-nos de qualquer ideia feita.
    As palavras fluem em marés vivas e pasmam-nos na apoteose vertical da luz.
    Beijos.

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  15. Olá,
    "Saudades do que veio mas não ficou, saudades do que foi mas não partiu. Mas me partiu"
    Parabéns! Adoro sua escrita...seus sentimentos na ponta da caneta!
    Abraço forte e um excelente final de semana.

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  16. Na plena força das palavras...Eis-te!
    Bjo, meu amigo
    :)

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  17. Sobre o porto livre de limites, abres a janela e libertas o horizonte.
    Belo poema.

    Abraço meu irmão poeta

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  18. A janela que se abre para o mundo, onde os olhos se expandem...

    Abraço Poeta!!

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