Todos os dias conforme as estações
acordava à hora dos pássaros
escancarava a janela
abria os braços
dava um grito para chamar os cães
descia pedra a pedra
todos os degraus
até ao chão das marés
para hastear uma bandeira
enchia um jarro de água
sentava-me na mesa do alpendre
e começava a desenhar
palavras improváveis
Ao fundo
muito para lá da romãzeira
fremiam as águas
não sei porquê
mas fremiam
os cães latiam
e as palavras por uma nesga
espreitavam entre os dedos
como se fosse o fim da história
num paraíso inventado
Todos os dias despertamos
de olhos fechados
Poeta,
ResponderEliminarConsigo visualizar tudo isso
e, juro, até o terei já ouvido
É uma realidade tão palpável...
Muito bonito. :)
ResponderEliminar
ResponderEliminar"Como se fosse o fim da história
num paraíso inventado
Todos os dias"
É verdade com uma nuance apenas - Há paraísos que não se deixam inventar.
Bj.
Fabuloso!
ResponderEliminarAbraço.
Acordar à hora dos pássaros... Para quê abrir os olhos?
ResponderEliminarUm beijo, amigo.
Muito bonito.
ResponderEliminarEnquanto lia integrava-me nesse belo cenário!
Parabéns
Bom domingo
A cada despertar um momento mágico surge em nossas vidas.
ResponderEliminarCadinho RoCo
ResponderEliminarInventamos paraísos todos os dias, e, por isso as palavras escorrem pelas nesgas abertas entre os dedos.
Lindo e familiar!
Abraços
Maravilhoso poema!
ResponderEliminarDesperta muitas sensações..
Um grande abraço
Muito, muito belo este poema!
ResponderEliminarSinto uma mistura de emoções!
Sabe tão bem de vez em quando fechar os olhos..
Beijinhos,
Ailime
Parece tudo tão banal, e no entanto...
ResponderEliminarBoa semana:)
Mesmo de olhos fechados se sente o poema!
ResponderEliminarAbraço
ResponderEliminarUma história, uma rotina, talvez, um desejo...
A contrapor, a cegueira quase voluntária de l'écume des jours.
Abraço
Olinda
A rotina as vezes nos cega.
ResponderEliminarSempre belo, Mar.
não sei porquê,
ResponderEliminarhá poemas que gostamos mais de ler, como um jarro cheio de água
As palavras continuarão sempre a espreitar entre os dedos, e a história, a que passa, e a que fazemos, não acabará nunca.
ResponderEliminarBelo poema!
xx
a consciência construída
ResponderEliminardiariamente,mas o sentir poético
libertador acompanhando o fluir
da vida nas mãos, nas palavras
de grande poeta...
Sou fã da tua poesia e é
um privilégio ler-te!
Bjos.
~
ResponderEliminar~ ~ Um poema tocante com uma conclusão que lhe confere um significado intenso e profundo.
~ ~ ~ Poeta, dias agradáveis e inspirados. ~ ~ ~
E todos os dias vamos descerrando os olhos lentamente e "sentimos" os sons da poesia.
ResponderEliminarUm abraço meu irmão
Depois de sonhar de olhos abertos.
ResponderEliminarAbraço,
mário
Despertar por dentro à hora dos pássaros, pura (bela) poesia! Bjs
ResponderEliminarFelizes os que despertaram
ResponderEliminardos olhos fechados,
hastearam o sol no
mastro mais alto e nú,
e marcaram o rumo
firme e incorruptível.
A vaga nasceu do ventre
da terra fecundada
de vontade de ser
e cresceu o sonho pleno.
Mas não era o fim da história e tem dias que abrimos os olhos ao despertar :)
ResponderEliminarGostei imenso.
bjs e uma boa semana
É mais fácil fingir-se de cego...
ResponderEliminarBoa tarde, de olhos fechados consegue-se viver momentos intensos.
ResponderEliminarA partilha é bela.
AG
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
As palavras que espreitavam entre os dedos formavam belos versos, e por isso as águas fremiam...
ResponderEliminarUm belo despertar,mas muito intenso para ler nas entrelinhas.
ResponderEliminarBeijinho
O que dizer a quem desperta à hora dos pássaros? Suas palavras são plenas de magia.
ResponderEliminarVocê usa bem as palavras
ResponderEliminarde olhos fechados para melhor sentir a "respiração" da tua Poesia...
ResponderEliminarenorme.
abraço, meu irmão Poeta.
É na escrita que podemos abrir esses olhos que teimamos em fechar.
ResponderEliminarUm cenário perfeito em que me envolvi completamente.
ResponderEliminarLindo o seu poema!
beijinho
Fê
Absorvo o evoluir da horas e envolvo-me com a melodia que se desprende em cada verso.
ResponderEliminarBeijo meu.