(reconstruído)
Hoje vi com os meus olhos
uma santa mulher
asfixiar um pássaro
nas mãos
só para desenhar no chão
a dor que sentimos
chamei-a
para deixar nas areias
um beijo côncavo
até a memória arder
os últimos barcos
as algas discernirem
de olhos abertos
todos os ritmos das marés
chamei-a
para esgrimir contra
a invenção dos destinos
erguer o seu corpo
de grânulos
e recolher todos os beijos disponíveis
chamei-a
para acordar o sono deste chão
libertar os pássaros
Hoje vi uma mulher
amada
esculpida na praia
a despontar na areia
inacabada
flor de Abril
Uma mulher chamada Liberdade,será?
ResponderEliminarBeijo
Que possam levantar-se todas as mulheres e, com elas, todos os homens, em Abril!
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, MA! :)
Mobilizei,
ResponderEliminaralgas
ondas
pássaros
marés
sargaços
barcos
olhos
areias
marés
e essa mulher
e as que atrás
dela vieram
e
mais
os homens delas
e também os filhos
e também os pais
Agora diz-nos, poeta
onde queres a flor de Abril
Os pássaros regressaram, mas o chão que deveria ter desabrochado continua adormecido.
ResponderEliminarAbril começa a tornar-se um mês nostálgico...
xx
ROGÉRIO
ResponderEliminarpelo menos na lapela do teu contrário
Vamos acabá-la semeando um Abril novo.
ResponderEliminarAbraço,
mário
"Aqui, onde o coração reclama uma pátria melhor" leio este poema que faz estremecer...
ResponderEliminarUm beijo, amigo.
Inacabada flor de Abril...
ResponderEliminarPois nunca esteve acabada...
Morreu quase antes de nascer.
Temos que a recriar.
Bj.
Irene Alves
Mar Arável,
ResponderEliminarMuito poderoso e certeiro.
Parabéns. :))
Abraço.
ResponderEliminarHá imagens que se elevam acima de qualquer verso.
Ao leitor cabe deixar-se inebriar nas sensações sugeridos.
Um beijo
A inacabada flor de Abril será Mulher inteira, um dia, em Maio.
ResponderEliminarAbraço
Várias metáforas de um sentimento chamado liberdade.
ResponderEliminarEssa flor, aliás essa foto é do meu amigo Victor Reis, tem até 13 de Abril uma exposição de fotografia na Charneca da Caparica...
ResponderEliminarQuanto ao poema, é preciso um Abril novo...
Bjs
Em todo o poema ressaltam as metáforas (originais) em que a opressão, que toma agora uma outra face, se faz sentir num quotidiano demasiado passivo. Relevante também que seja uma mulher a ser identificada com a liberdade coartada...
ResponderEliminarUm poema "inacabado", enquanto não se alterar este estado de coisas.
Saboreei...
Bjo, Mar (de) :):)
ResponderEliminarPoema perturbador, desde os primeiros versos, com a imagem da mulher indicando um caminho pejado de abrolhos. A redenção, poderemos encontrá-la no fim e merecê-la, percorrendo em consciência todos os recortes da flor inacabada.
Abraço.
Olinda
Inacabada, mas bela! Tão bela!
ResponderEliminarAbraço, Mar Arável!
a metáfora a esconder ou a definir a Liberdade....
ResponderEliminar:)
Dizia hoje, algures por aí, que a sombra de Abril é grande mas tomou um rumo bem diferente.
ResponderEliminarQue a flor de Abril não seja só para trazer na lapela...
Um abraço e feliz Páscoa.
uma Mulher de Vermelho - com bálsamo nos dedos e trigo maduro no olhos...
ResponderEliminar... e punho erguido.
abraço fraterno, Poeta de Abril.
abraços
Tomara que assim fora! Mas se o Poeta viu...assim será.
ResponderEliminarBeijinho
Hoje, vi um povo que se esqueceu de gritar ABRIL; só o poeta não esqueceu.
ResponderEliminarAbraço.
a memória arde,
ResponderEliminaré essa a sua condição
um abraço
Boa tarde,
ResponderEliminarque a flor de Abril tome o rume certo, que faça desaparecer o bicho ruim que quer acabar com a linda flor, que nos torne a dar a esperança de Abril.
Abraço
ag
Boa tarde,
A Sylvia Kristel é inesquecível para sua enorme beleza, poucos dias atrás assisti a um filme com ela, sempre fui um apaixonado por ela, confessei-me.
Dia feliz
ag
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Que os pássaros continuem a voar...
ResponderEliminarpara que o sorriso dessa mulher nunca se dissipe...
Abraço
cravos viçosos
ResponderEliminarvermelhos, ardentes
já desfolhados
dispersos doentes
voaram sementes
que não germinam
sozinhas
na areia molhada
nem nas dunas
vazias de espuma
gaivotas
moribundas
sem força
para voar
quando tanto
se precisa lutar.
Um cravo vermelho
jamais
desiste
sem a vitória
alcançar.
ainda há muitos pássaros...
ResponderEliminarPois que se chamem todos
ResponderEliminartodos e mais alguns e
os outros a dormir
que esqueceram a flor
que perfumou Abril
Tive assim como sempre tenho vontade de ler todos os comentários aqui, mas, hoje acordei com vontade de te dizer bom dia! E que linda flor.
ResponderEliminarA flor de Abril é imortal... Tem sangue de vento. E não há morte para o vento...
ResponderEliminarBom fim de semana, Eufrázio :)
Um beijo
Ainda há dias o meu avô (90 anos) ao telefone me dizia, "Foi tanto. E ainda tive tempo de ver, que o que foi tudo, agora, se parece a nada..."
ResponderEliminarBeijo
A liberdade se inscreve
ResponderEliminarna beleza do voo(Ser)
construindo um
caminhar(história)...
Sempre belo o voo do Poeta!!
Bj.
Talvez o sono não seja do chão, eis que este não conhece o significado do voo e sequer da ansiada liberdade. Que a memória torne forte o perfume de Abril e que ele impulsione o bater de asas de todos os pássaros. Abraço.
ResponderEliminarQue se cumpra Portugal e que Abril renasça das cinzas.
ResponderEliminarUm beijinho
Sonhadora
Por muito que custe a muita gente, Abril não tem culpa por fazerem dele um "Abril" à força. De igual modo, os cravos, também eles levados à força para a frente da revolução, são inocentes!...
ResponderEliminarNão gosto de símbolos e gosto, ou não, de pessoas, quando estas se mantêm fieis à defesa de um Povo com suas gentes e direitos, até ao fim da Vida. Ou não... quando enchem a barriga no bem-bom da conquista que vai acabando por comer-lhes a memória, o orgulho e a vontade solidária!...
Na verdade, estou a vazio de comemorações neste miserável 25.Abr.2014.
E, se os "lateiros" tivessem vergonha, olhavam-se no espelho do Povo, desse Povo do qual todos eles também se aproveitaram... em silêncio e bem refastelados!...
Precisamos de outro mês revolucionário, mas, Abril nunca mais!...
Abraço
Lindo! Flor de Abril que vi ao vivo no Carmo em Abril de 74. Bj. Ailime
ResponderEliminarUm Abril de contornos movediços,
ResponderEliminar"inacabada flor de Abril".
Original e belo poema!
Inacabado. Mas começado. Não nos podemos esquecer disso.
ResponderEliminarBonito poema.