Com um dedo escrevi palavras nos teus lábios e tu disseste que melhor seria falar por gestos. Foi assim que decidimos navegar abolir todos os destinos agitar as águas.
Gáveas ao alto âncoras levantadas vigílias abertas sem vírgulas - aqui neste chão de claridades - recomeçaram os sons de Tchaikovsky e as sombras vivas dançaram na luz vertebrada dos pavios para os objectos mais íntimos se projectarem nas paredes do cais.
Desiguais pensávamos nos apeadeiros. Reconhecíamos que a gravidade das luas não é homogénea muito menos os seus impactos quando relampejam nos nossos olhos às mãos cheias.
No mais claro das noites trazias mares no regaço. Difícil foi deixar nas ameias o perfume das algas o marulhar das marés.
Na verdade bastava um toque à flor da pele atear um fósforo só para te ver infinitamente grande ventre de grânulos vermelhos a respirar por guelras em todos os mastros - como se fossemos de novo crianças a rasgar caminhos e as flores pintadas à mão renascessem nesta desordem de cores nos jardins.
Quando o Surrealismo se beija com as mãos e se escreve com os lábios.
ResponderEliminarExcelente meu caro Poeta.
Um texto estrondosamente maravilhoso!
ResponderEliminarOnde se aprende a escrever assim?!...:-)
xx
Falar por gestos ou...falar nada. Na verdade bastava um toque à flor da pele....
ResponderEliminarAbraço
ResponderEliminarA linguagem pela linguagem...
E a surpresa luminosa do não dito.
Um beijo
...uma beleza, que se descodifica numa leitura apelo!
ResponderEliminarAbraço!
Uma desordem bela e muito ordenada.
ResponderEliminarBeijinhos primaveris
Tecer hinos à magia dos gestos com a força das palavras!
ResponderEliminarLindíssimo texto!
Beijinhos Marianos! :)
Pensei em não comentar.
ResponderEliminarE deixar-me ficar, pelo gesto demorado dos olhos, em cada palavra.
Tanta beleza neste texto!
Beijo
Gostava de pintar flores. Margaridas do campo.
ResponderEliminarbj grande
Difícil foi deixar nas ameias o perfume das algas o marulhar das marés.
ResponderEliminarOnde os gestos não chegam, entra a maestria do poeta.Digo isso totalmente rendida a sua poesia.É belíssima.Obrigada por isso.
Belo. :)
ResponderEliminarBom resto de semana
ResponderEliminarSem dúvida, a romã mais linda que já vi/li...
Beijinho
Muito bonita esta história em 8 cantos.:))
ResponderEliminarTarefa espinhosa comentar tão bela romã! Quase tão difícil como abandonar o suave ruído das marés e o perfume das algas que nos traz a maresia.
ResponderEliminarSem atear mais esta fogueira, fico-me pelo toque à flor-da-pele e o desejo de voltar a ser criança colorindo as margaridas, sem me importar com a desordem das cores...
Parabéns Poeta, bafejado pelos Deuses!
Um grande abraço.
Saborear, quero apenas saborear!
ResponderEliminarE a beleza das palavras
ResponderEliminarse aproxima sempre e cada vez mais, do
Todo Universal!
Belo!
Maria Luísa (os7degraus)
que bela prosa...
ResponderEliminarBelas são as palavras ditas,que só com sabor a romã se saboreiam.
ResponderEliminarBeijinho
ResponderEliminar...ventre de grânulos vermelhos a respirar por guelras em todos os mastros...
Romã atrevida e mágica! Onde já se viu? E aqui me quedo pensativa...
Abraço
Olinda
ResponderEliminar... sons de Tchaikovsky levantando as marés.
belíssimo, Poeta.
abraço fraterno
falar por gestos, ou apenas por olhares, para poder saborear melhor os sons de Tchaikosky e as cores....
ResponderEliminarbelo texto!
:)
Está cada vez mais sumarenta esta romã.
ResponderEliminarLindo!
Mais uma romã para contemplar...sentir e deixarmo-nos deslumbrar...
ResponderEliminarSimplesmente maravilhoso...:)
Belíssimo texto poético!E é urgente ordenar e colorir os jardins. Bj. Ailime
ResponderEliminar"No mais claro das noites trazias mares no regaço. Difícil foi deixar nas ameias o perfume das algas o marulhar das marés."
ResponderEliminarDesapego é para os fortes, poeta!
Abraço carinhoso!
Simplesmente sublime!!
ResponderEliminarNeste mar de metáforas,a
beleza irradiante
transcende aos olhos...
A imagem escolhida então...