segunda-feira, 14 de outubro de 2013

AVIÕES DE PAPEL






Há noites tão pardas
que nem parecem noites

Se as noites sonhadas
fossem mares escancarados
poderíamos em carne viva
respirar uma flor
estremecida
no pestanejar dos olhos

assim
viajantes apócrifos
mais leves que o voo
nesta feira de pássaros
sem pátria nem rosto

como poderemos ver mais longe?

hastear um beijo
no outro lado do cais

ser de novo crianças
e fazer das palavras
aviões de papel

 

25 comentários:

Lídia Borges disse...


Hão-de voar de novo, esses aviões de papel pousados, temporariamente, no sem lugar da voz.

Tão próximo de mim, este poema!

Beijo meu

jrd disse...

Havemos de ser de novo crianças e voltar a voar nas asas das palavras.
Abraço Amigo

jorgil disse...

Vi e li arte!

Maria Emilia Moreira disse...

Olá boa noite!
É verdade...há noites pardas... tal como nós por vezes nos sentimos tristemente pardos...
Mas há noites em que a lua brilha e tudo se ilumina!
Belo poema.
M. Emília

Afrodite disse...


Os sonhos estão cada vez mais comprometidos porque os Homens esquecem-se depressa dos seus sonhos de criança...


Beijinhos voadores
(^^)

GL disse...

Nada pior que o pardacento.
Encobre, engana, impede-nos de ver a luz.
Por isso, a esperança é o caminho.

Abraço.

Sónia Micaelo disse...

E que voem...

Muito belo!
Beijo

alfacinha disse...

Não só fez das palavras aviões de papel, mas Também um poema lindo.
abraços

myra disse...

OI, AGRADECO A TUA VISITA!! VIM AQUI E AMEI ESTE POEMA!!
UM BEIJO GDE!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um dia os aviões de papel vão voar...

:)

irene alves disse...

Acredito que há-de haver volta...
Temos que a provocar...
Bj.
Irene Alves

Tétisq disse...

Chegará o momento de voltarmos a fazer os aviões voar :)

Jota Effe Esse disse...

"Ser de novo crianças, e fazer das palavras, aviões de papel", é um dos caminhos para a felicidade. Convido para leres A BUSCA DO NIRVANA no meu blog http://verdeeamarelo.zip.net Abraços.

Armando Sena disse...

Fazer das palavras esse veículo que nos transporte para os nossos sonhos.

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde,
Ser de novo criança e fazer aviões de papel seria maravilhoso, no entanto, podemos ser crianças quando pretendermos.

Abraço

ag

Ana Tapadas disse...

Voaremos, pois claro!

Esta estrofe é única:
«assim
viajantes apócrifos
mais leves que o voo
nesta feira de pássaros
sem pátria nem rosto»


bjs

Manuel Veiga disse...

hastear um beijo/no outro lado do cais...

é sempre uma (a)Ventura.

Abraço
meu caro Poeta

Anónimo disse...

Hastear um beijo aos viajantes apócrifos?

Sem dúvida é um poema interessante.

MARILENE disse...

É no campo dos sonhos que realizamos os maiores voos e nada como a criança que existe em nós para alimentá-los. Bj

Teresa Alves disse...

Salvamo-nos pela palavra. Ou pela poesia. Das palavras. Dos dias seguintes às noites pardas. Ou não. A paisagem que encanta, tanto quanto abriga. O olhar. Os sonhos, sonhados e adivinhados pela inocência. E nas asas... de papel crepom.


Boa quinta-feira.

Ailime disse...

Magnífico poema! Um dia havemos de enxergar! Bj Ailime

marlene edir severino disse...

Sei bem de noites pardas.

Mas ainda guardo um ou outro avião de papel.

Beijão, poeta!

Anna disse...

Deste lado do cais, a minha bandeira é o beijo que deixo no rasto deste poema. Tão belo...

Bom fim de semana, Eufrázio :)

A. disse...

Palavras inocentemente leves!... As da infância!...




Abraço

Canto da Boca disse...

(as noites viajam sonhos nas asas dos aviões de papel e acordam poesia, planando sobre um mar arável)