Enlouquecidos
os cães uivavam
quando te debruçavas em arco
só para ver os barcos soltos
na volta da pedra
Silvestre
à hora do vento
no ramo mais alto
da minha árvore preferida
incantatória
vinhas à janela
só para ver
e eu lá estava
no espelho da água
a colher-te
Ainda hoje de tão perto
não sei quem és
mas sei que existes
e te desfolhas
30 comentários:
A grande ausente desta poesia Excelente(eu).
Regresso ao lugar em que fui impelida.
Saudades.
...e é tudo quanto basta...
Muito belo!
Beijo
Sónia
madrugar com a leitura de um poema, assim, belo e simples, simples e belo, faz-nos acreditar que é, inequivocamente, na simplicidade das coisas que reside o que de melhor a vida nos oferece.
bem haja, Eufrázio
abraço daqui
Mel
Simplesmente lindo!
Um beijo.
É um encanto não saber quem é e,devagar,lenta e carinhosamente,tentar descobrir.
Um abraço,
mário
Quando a fragilidade da sombra,
reflecte na água,
a silhueta que se desfolha.
Belíssimo!
Abraço
O prazer da descoberta - a beleza da poesia!
As palavras e as tintas,
a conjugarem-se numa tela,
bela e melodiosa,
onde o silêncio se impõe,
para não perturbar.
Tão bonito este poema!
Continuação de boa semana :)
Tanta beleza que um espelho da água pode revelar :)
O que pode colher-se num espelho de água, senão poemas translúcidos, verbos encantados?
Um beijo
Bela a poesia que se desfolha assim, em pétalas, afagos...
Gosto muito.
bj.
o espelho de água pode esconder ou pode simplesmente acontecer ... poesia.
:)
Belo como nenúfar em águas cristalinas. dançando ao som da brisa...
abraço, meu caro Poeta.
Sei que existes, e isso basta.
abs
Os espelhos são sempre enigmáticos e a sua magia encanta, quer a imagem seja o que se goste de ver ou não.
É óbvio que esta é uma bela aparição.
Abraço!
Excelente fotografia e poesia....
Cumprientos
Mar Arável
Este é um dos seus mais lindos poemas. Cheio de metáforas, que nos deixam uma saudade de tempos idos, de tempos de encantamento, em que as coisas falavam por si.
Abraço
Olinda
...força imensa
tão branca e desfolhada!
beijo da Assiria
Muito belo o poema. Gostei também do jogo das palavras/ideias que você nos proporciona. Destaco a estrofe "e eu lá estava/no espelho da água/a colher-te" A colher-te, a acolher-te lá estava o poeta!
Abraços.
O que diria Narciso desse poema-espelho? Certamente ficaria encantado com a poesia que se vive aqui...
E nunca a tentou encontrar?
Procura e ser-te-à dado!
Maria luísa
Gostava de ser essa folha que
desliza pela água e ir ao
encontro do teu sítio imaginário.
Bj.
Irene Alves
Às vezes vale-nos isso, na vida. A certeza das coisas, mesmo as invisíveis...
Deixo um beijo, Eufrázio.
Espelho-d'água sempre inspirando ar solene e alguma reflexão ,
versos 'enlouquecidos' num desfolhar de coisas vãs, perdida em brumas da imaginação,
belíssimo
abraço
Gosto deste desfolhar
de poesia .
"não sei quem és
mas sei que existes"
E faz-se luz, nos dias cinzentos.
Gosto, muito, de tudo o que se reflete na água.
Até as palavras.
A habitual combinação perfeita de palavras e imagens que se transmutam entre si, numa metamorfose sempre surpreendente e de possibilidades múltiplas.
Solta
folha
Não mais
Abraço, Poeta!
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