terça-feira, 19 de junho de 2012

UMA FLOR VERMELHA NAS PAREDES DO CAIS


                                               Poema que me apeteceu reeditar


Não sei quem és
mas pelos gestos vieste por bem
rasgar o vento com as mãos
a neve dos meus cabelos
e eu cansado de florestas apócrifas
das palavras em bando
comecei a plantar árvores
vi os pássaros regressarem
em acordes
a luz das noites que não dormem

Na partilha de horizontes
o amor é revolucionário
voa nos mastros mais altos
garatuja búzios de sons
intervem por causas
muito para lá das utopias
e se levanta resiste
ao pôr do sol
mesmo que os barcos entristecidos
estilhacem
nos espelhos da água
algumas pedras com vida por dentro

Registo por um instante
o ar que nos move
pinto com a boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais



34 comentários:

  1. Há poemas em que não se deve tocar
    para não quebrar o encanto
    Que é tanto...

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  2. Como se nota, foi uma belíssima ideia. É um poema que merece ser repetido. Relido. É um poema "com vida por dentro". Cheio de esperança (imperativa nos dias que correm).

    Um abraço grato por mais esta preciosa partilha.

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  3. e fez muito bem reeditar....

    há poemas que devem ser lidos e relidos.

    belíssimo!

    um beij

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  4. Bonito poema. O amor partilha sempre horizontes...

    Abraço

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  5. Uma flor vermelha por toda a parte trazendo o amor da revolução.

    Um abraço,
    mário

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  6. Nada pode ser mais poético que um poema feito de pétalas vermelhas.
    Esse poema é lindíssimo!
    Abraços da Rúbida Rosa.

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  7. Uma reedição que, para mim, faz todo o sentido.
    Maravilhoso!

    Abraço

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  8. Uma atmosfera bebível. Brinde a uma flor vermelha no cais de todas as partidas.
    Um ontem nas margens do futuro.


    Lídia

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  9. E que bom foi reeditar. Lindo de morrer e ressuscitar de novo.

    Maria luísa

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  10. Tal como a verdade, o amor também faz revoluções...

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  11. Ora ainda bem que te apeteceu reeditar!

    Um abraço grato pelo momento.

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  12. Apanhei do bom poema que o amor é sempre revolucionário...
    Um abraço de apanhado e de cais

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  13. Um beijo revoluciona o mundo,
    muda a cor do mar as paredes do cais.

    Reeditar uma floresta inteira com novas árvores. Planto-as contigo.

    um beijo meu

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  14. A beleza mais profunda da vida está na partilha de horizontes.
    Amor com objectivos sociais partilhados é como se ganhasse asas...

    Beijos

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  15. Belíssimo!
    Ao cais se chega, do cais se parte e nele há sempre um beijo como uma flor vermelha.
    Abraço

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  16. Um poema necessário e o urgente, como o amor...

    Um abraço

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  17. Mar Arável,
    Muito bonito este hino ao amor. :)
    Parabéns!

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  18. Um belissimo poema, que realmente merece ser relembrado.
    Beijito.

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  19. há que "inventar o amor" o gritá-lo nos muros da cidade...

    bela homenagem (deliberada?) a Daniel Filipe e à sua "Invenção do Amor".

    belíssimo

    abraço, meu Caro Poeta.

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  20. Mais uma tentativa, mais uma esperança.
    Nas vermelhas paredes de um cais,
    a onde atraca mais um barco, perdido, na procura de mais e mais.
    Que a luz do sol ilumine o seu poema de esperança.

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  21. Na flor vermelha o amor se renova.

    Belíssimo.

    Beijos.

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  22. a cada (re)leitura há sempre outra descoberta em cada um dos teus poemas, Mar, milhentas vezes que os reedites, serão sempre novos.

    este poema é-me particularmente belo.
    um beijo, Eufrázio.

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  23. Uma reedição que apetece... pela sensibilidade, pelas imagens e pela muita ternura!
    Um abraço,

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  24. É muito bom ler e reler este e os seus outros poemas...

    e, se houver poesia no "ar que nos move" a vida é mais leve...

    beijinhos :)
    mariam

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  25. O amor precisa de ser sempre reeditado...
    beijo e boa semana.
    Graça

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  26. É difícil medir a profundidade do poema. Magnífico!

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  27. Quando os pássaros regressam, eles que gerem a beleza da simplicidade, podemos acreditar que no ar se pintam aromas inebriantes...

    abraço
    cvb

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