terça-feira, 5 de junho de 2012

ARTESÃO DE METÁFORAS





Nas margens do rio
onde habito
respiram pautas desertos
retratos íntimos de flores
a preto e branco

repousam mãos famintas

Nas margens deste rio
quando a noite amanhecida
não dorme
ouvem-se pêndulos vagares
cadenciados
agitam-se os dedos

o tempo ousado dos poetas
que não eu
artesão de metáforas

No fulgor das águas
desprendo-me
a profanar metáforas
para ver mais claro
o teu corpo antigo  baloiçar
nas paredes da casa


42 comentários:

  1. Nas margens respira-se Boa Poesia.

    Bjs

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  2. Nas margens desse rio, nasce bela poesia...

    Beijo
    Sónia

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  3. [assim as mãos do poetas,

    que ainda que pela força do rio, deixam as suas linhas intactas,

    de mãos nas margens.]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  4. Nas margens onde nasce a inpiração que leio aqui.

    Beijinho e uma flor

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  5. Mais um belo poema.
    Nas margens de um rio que se
    conhece.
    Bj.
    Irene

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  6. Destas margens onde habitas
    belíssima profanação

    Abraço, poeta!

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  7. Um metafórico abraço para um poeta que faz mesmo poemas.

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  8. nas margens desse rio que habitas, é imensa a paixão que respiras.

    tão belo, Eufrázio.

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  9. O menino é mesmo atraído pela água... Que diria o Freud sobre isso? (Estou a brincar, claro) As palavras e os poemas do mar e das águas são sempre muito íntimos, muito profundos, muito belos.

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  10. quando a noite amanhece as metáforas respondem mais claramente...
    Sempre belo!
    um abraço.

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  11. metáforas esvoaçantes no corpo do poema. belíssimo...

    abraço, meu caro Poeta.

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  12. Memórias íntimas. Reflexos interiores.
    Abraço

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  13. Muito bonito
    com flores a preto e branco.

    Beijinho! :)

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  14. Límpido rio de metáforas a desaguar num belo mar de poesia.
    Abraço.

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  15. desculpa ter voltado
    é que a imagem que transpira deste poema é de uma beleza impressionante

    num precisão de ler e reler
    e apenas se pode sentir
    entra direto no lado esquerdo do peito.

    belissimo,
    beijo.

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  16. Olhar o corpo do outro e soltar a imaginação... e os corpos!

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  17. Meu amigo,

    Entre várias ausências e férias, já li este poema duas vezes e que dizer dele?

    Curiosamente vejo que todos os comentadores sentiram o mesmo. Metáforas tão intensas e visões tão lindas, que nos entram na alma e aí ficam, sem que encontremos palavras para as comentar.

    Bastam as imagens poéticas e tão profundas que nos deixas.

    Beijos, sempre.
    Branca

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  18. "No fulgor das águas
    desprendo-me
    a profanar metáforas
    para ver mais claro
    o teu corpo antigo a baloiçar
    nas paredes da casa"

    A metáfora é transparência, oposição à impercetíbilidade do mundo. Para ver claramente é preciso desaprender a visão e olhar com os olhas da nascença. Isto é privilégio só dos poetas... E das crianças.

    Um beijo

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  19. Poeta

    Não esqueceste a volúpia, a fragrância do desejo, entre fráguas e verdura...por entre a limpidez do murmúrio das águas.
    Como sempre sublime.

    um beijinho
    Sonhadora

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  20. E só porque és artesão pode construir um poema como esse. Meu abraço.

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  21. É no fulgor das águas que nos desprendemos...

    Abraço

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  22. 'repousam mãos famintas', a metáfora que, neste conjunto, mais me acolheu.Leva-nos para espaços mentais que nos sugerem a míngua de tudo, especialmente míngua de amor... Logo, faz todo o sentido a profanação de metáforas, desatando de amarras...

    Excelente, Mar Arável!

    Bom fim de semana.

    Abraço

    Olinda

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  23. Fabuloso!
    Quem assim "brinca" com as metáforas merece um forte aplauso.

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  24. como de costume
    excelente poesia.
    Obrigado pela partilha.

    No fulgor de Junho
    venho divulgar
    um evento:
    os vinhos.

    Não sei se és bom apreciador,
    mas indo até Palmela poderás provar o famoso moscatel.

    Em Palmela
    Junho arranca com o
    Festival do Moscatel,
    a ocupar o Largo de São João de sexta a domingo.

    Mostra, prova e venda de Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo, inserida no programa Palmela - Cidade Europeia do Vinho 2012.

    E como se não bastasse a doçura do próprio vinho,
    serão conhecidas ligações do moscatel à doçaria,
    ao chocolate, à gelataria
    e haverá ainda oportunidade de pôr à prova a sua utilização em cocktails.

    No programa, ainda um lançamento especial:
    o dos Bombons de Moscatel de Setúbal.

    Nesta iniciativa, que contará com a presença de todos os produtores da Península de Setúbal,
    haverá também workshops,
    provas comentadas por enólogos, exposições e animação musical.

    O festival estreou-se em 2009 e volta agora numa organização conjunta da Câmara de Palmela,
    a Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal/ Costa Azul e a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal.

    O evento insere-se no programa de Palmela - Capital Europeia do Vinho 2012 e celebra também o centenário do Moscatel de Setúbal.

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  25. Um poeta é um artesão de metáforas - e tu és um excelente artesão!

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  26. um artesão de doces e belas palavras .belissimo!
    FELIZ DOMINGO,CARLA GRANJA
    http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt/

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  27. as metáforas antigas constroem-se como as paredes de uma casa

    e baloiçam


    um abraço

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  28. Correndo o risco de me repetir, mas porque me fatam as palavras para um comentário à altura deixo apenas uma palavra.
    Excelente.
    Um abraço

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  29. "Quando a noite amanhecia" Brilhante! Tão bonito!

    Abraço.

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