domingo, 4 de setembro de 2011

DO VENTRE ATÉ À FOZ




Neste chão de aceiros improváveis
movimentam-se barcos e afectos
sementes que exultam
memórias remos e passos

Ainda hoje este espaço
de fragatas faluas e sapais
é exiguo
para tantas vozes que se erguem
como os pássaros

Neste pomar de águas correntes
ascendem perfumes de revérberos
que alumiam margens
e temporais

do ventre até à foz



18 comentários:

  1. Mar,

    Na minha compreensão do conteúdo dos versos , na estética do próprio...Que poema bonito!!! Obrigada


    Beijos com carinho e ótimo domingo.

    ResponderEliminar
  2. Um poema bonito onde se salientam metáforas que muito bem se enquaram nos tempos que vivemos.

    Bem-hajas!

    Abraço fraterno

    ResponderEliminar
  3. Quanto aos aceiros... lembrou-me que, neste chão, não se limpam os que ajudam aos fogos mas se continua a "limpar" onde deveria ser impensável :)

    Bjos

    ResponderEliminar
  4. O perfume intenso do vento batido e da chuva não apaga as memórias mas deixa-as fluir.

    Poema belíssimo, azul, apesar do preto e branco da fotografia tão especial.

    ResponderEliminar
  5. Vamos continuar a caminhar num mundo de sonhos que a realidade está muito difícil...

    ResponderEliminar
  6. Sublime desde o ventre das palavras até à foz dos sentidos.

    Um abraço, Eufrázio

    ResponderEliminar
  7. O mar é sempre escasso para a barca da nossa vida.

    ResponderEliminar
  8. Das tempestades insondáveis que se alastram sobre nós.


    L.B.

    ResponderEliminar
  9. Lindíssima e tão profunda a mensagem, que sendo um retrato belíssimo da tua terra, pode ser toda ela um quadro metafórico para um país inteiro...

    Beijos
    Branca

    ResponderEliminar
  10. A exiguidade do espaço não tolhe o movimento ininterrupto das marés, o verde rubro da bandeira, uma nação, a fé dos homens em dias percorridos do ventre à foz, na liberdade que alumia as margens, ainda possíveis, de um tempo novo. Há que acreditar na força da semente de Abril lançada à terra.

    Abraço daqui, meu amigo.
    Mel

    ResponderEliminar
  11. Haja mar e foz, e todos os ventres continuarão a sonhar azul.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  12. Do ventre até a foz. E se o espaço não fosse tão exíguo, até onde iria?

    beijos

    ResponderEliminar
  13. num espaço assim

    elejo as fragatas, porque são do Tejo

    um abraço

    manuela

    ResponderEliminar
  14. Olá

    Não quero desaguar no mar revolto que nos espera...

    Deixa-me sonhar!!!

    Bjs.

    ResponderEliminar
  15. O espaço pode até ser exíguo para outras manifestações, mas transborda poesia e emoção!

    ResponderEliminar
  16. Meu caro Eufrázio;
    Excelente poema, onde as metáforas lhe dão força e beleza.
    Gostei imenso.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  17. «barcos»
    «sementes»
    «afectos» ...

    ...Tantos!!!
    por ti deixados
    no concelho
    por ti erguido
    «do ventre até à foz»!!!!...

    princesa

    ResponderEliminar