terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DESPIDOS DE TUDO

gustav klimt

Eternos e frágeis
no marulhar de um concerto de pássaros
foi assim que nos invadimos
despidos de tudo

Sentei-me no teu chão
coloquei o indicador
no lado esquerdo do rosto
fixei-me nas paredes da casa
e acendi os retratos mais fluidos

só para te ver dançar

vertebrada
sensual
sem idade
fio de música
a tornear esquinas e becos
numa coreografia quase perfeita

Lá estavas inteira
a desbravar caminhos
a assumir a dimensão
do cisne branco
em pontas
vermelhas

nas minhas águas

Eternos e frágeis
no marulhar de um concerto de pássaros
foi assim que nos invadimos
despidos de tudo

41 comentários:

  1. Eufrázio
    Em cada Poema que publica, lança-nos um desafio. Tentar perceber em cada conjunto de palavras o que de facto quer transmitir. Ao fazê-lo sinto que o poema me envolve e fechando os olhos partilho o concerto de pássaros.

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  2. Só no despojamento nos encontramos inteiros. Muito bonito o poema, como sempre.

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  3. Lírica erótica...Belíssima...Poeta. a pintura de Klimt é fantástica.

    abraço,

    Véu de Maya

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  4. Eternos e frágeis
    no marulhar de um concerto de pássaros
    foi assim que nos invadimos
    despidos de tudo

    Bem se podiam iniciar assim,
    todos os poemas de entrega
    esperando a todo o momento
    acordar nessas águas

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  5. Lindo poema. Nós estamos a ser despidos de tudo mas sem receber nada em troca.
    Abraço

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  6. Nos despir de tudo nos faz viver intensamente as emoções. Envolvente seu poema.

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  7. muito bom, com um sensualismo contido.

    e dancando com as palavras.

    um beij

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  8. excelente "pas de deux". rodopiante e belo...

    abraço, caro Poeta.

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  9. Uma fragilidade que não se quebra, por isso eterna: belo!!!
    Beijos,

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  10. Ouve-se a música.Vê-se a dança.
    Sente-se a sensualidade.
    Lindo

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  11. Lindíssimo. A sensualidade à flor da água.
    Abraço

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  12. Muito bom e excelentemente relatado.
    Um abraço

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  13. É tão lindo , que vou fazer link, caso não leves a mal...
    Beijinho
    :))

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  14. Eufrázio
    A nossa sensabilidade é tudo e a acapacidade de perceber de entender as sensações. "eternos e frágeis no marulhar de um concerto de passaros" é de facto uma sensação maravilhosa que nem todo o mundo é sensivel a tal acto.
    Beijo

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  15. Gostei muito. O concerto dos pássaros só podem ser rouxinóis porque fala de amor.
    Abraço! :)

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  16. Lindo poema, paira no ar o som e a leveza do ser,despido de tudo.

    bjs

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  17. Maravilhooooso!!!
    Simplesmente
    liiiindo!!!

    Despidos...
    frágeis...
    eternos...
    puros...
    sensuais...
    ...em qualquer idade!

    Lindo!

    bjs

    princesa

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  18. Gostei muito da imagem de "sentei-me no teu chão" :)

    Um abraço ao poeta!

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  19. Eufrázio,

    O amor será, porventura, o sentimento que, simultâneamente, mais fragiliza e mais engrandece o ser humano, conferindo-lhe, quando vivido, a dimensão inigualável de um "marulhar de um concerto de pássaros". Um comungar com a natureza.

    Que posso eu dizer que não tenha dito? A sua poesia, o seu talento, ENORME(s).
    Um privilégio cada leitura (e releitura) deste novo conjunto de poemas a gritarem urgência de serem livro. Aplaudirei de pé :).

    Bem-haja, Eufrázio.
    Mel

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  20. "só para te ver dançar
    vertebrada
    sensual
    sem idade
    fio de música
    a tornear esquinas e becos
    numa coreografia quase perfeita..."
    Tão belo que nem sei o que dizer.
    Um beijo.

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  21. "Eternos e frágeis
    no marulhar de um concerto de pássaros
    foi assim que nos invadimos
    despidos de tudo"

    A sua poesia encanta-me!

    Abraço

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  22. Caro Poeta Eufrázio;
    Poema de excelência.
    Gostei imenso.
    Um forte abraço.

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  23. Eu diria que é um poema "despido" de preconceitos e vestido da substância da vida.
    Muito belo!

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  24. _____________________________


    ...assim é o amor! Como uma ressaca que não tem limites...

    Lindo poema!


    Beijos de luz e o meu carinho...

    _____________________________

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  25. A leveza de quem leva para o amor, apenas as almas, despojadas do mundo comum.
    Um abraço

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  26. E, invadindo, propõe-nos uma belíssima evasão.

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  27. Duas "obras" que considero muito belas a de Gustav Klimt e o seu poema.
    Só despidos de tudo é que se consegue sentir, compreender e atingir o acto de AMAR.
    Descreveu uma caminhada para se chegar ao PRAZER. Um prazer sem restrições...

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  28. Despidos de tudo, menos de poesia. Indispensável.Bela. Eterna.

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  29. no lago

    o cisne branco é uma princesa

    cativa
    em concerto de mar

    pela eternidade frágil do seu poema,

    obrigada!

    um abraço

    manuela

    peço desculpa pelo comentário eliminado, mas, frágil, é uma palavra onde não me é permitido errar...escrevi fágil...

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  30. MANUELA BATISTA

    Todas as eternidades

    sugerem fragilidades

    Grato pela sua visita

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  31. Um dos meus pintores favoritos...tenho "O Beijo" no meu quarto, ou melhor...uma imitação.

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  32. E desnudados, somos inteiros.
    Tão fortes e tão frágeis, à procura de chão e de pele.

    Eta é a mestria de uma escrita exemplar!

    Um beijinho

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  33. Passei para ler-te, e acabei por "re-ler"... :)
    Boa semana.

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