
Um dia disse
Hoje não quero salvar o mundo
só ajudar
e tu ficaste triste
Agora quando a noite raia
no restolho das palavras
um pássaro rubro
deixa nos teus lábios
um lampejo que se alumia
uma nesga de luz
um rio inclinado para a foz
onde todos os azuis convergem
para afagares a minha barba
cor da espuma
Agora que as pontes se deitam
por sobre as águas
para não as magoar
agora sim
vamos salvar o mundo
soletrar grão a grão o fio de areia
coado na ampulheta
movimentar barcos de pedra
com vida por dentro
então o poeta disse
ResponderEliminaragora sim
vamos salvar o mundo
e eu fiquei feliz
por deixar de esperar
Lido em alta voz...
ResponderEliminarBeijos e boa semana
:))
Para águas mais profundas, disse o Senhor.
ResponderEliminarSalvar o mundo já não é mais um utopia. Mais do que nunca precisa de ser salvo...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarToda a envolvência da metáfora na beleza das palavras e do ritmo.
ResponderEliminarSalvamos o mundo [nosso]sempre que podemos... ou pelo menos tentamos faze-lo.
ResponderEliminarUm poema muito inspirador
ResponderEliminar"Agora sim
vamos salvar o mundo"
Que mais posso acrescentar perante esta determinação.
Beijinhos
"Agora que as pontes se deitam
ResponderEliminarpor sobre as águas
para não as magoar"
Eufrázio, todo o poema é
absoluta POESIA. Da mais bela que conheço, que leio - sereníssima, profunda. Da que me acompanha quando me evado para as margens do meu rio e levo os seus livros comigo.
Que fazer se não lê-lo sempre?
Bem-haja. Gratidão. Infinita gratidão.
Mel
PS: apaguei o meu anterior comentário, por conter uma "gralha" ... :)
E na convicção se fez a alegria do passo a dar...
ResponderEliminarAbraço
E que não fiquem mais barcos abandonados na praia ao pé do mar...
ResponderEliminarAbraço Poeta
Não importa a matéria mas sim a substância!
ResponderEliminarAbraço.
Os rios querem-se assim, inclinados para a foz, em silêncio...
ResponderEliminarE o mundo precisa tanto de ser salvo!
ResponderEliminarAbraço
Agora que as pontes se deitam
ResponderEliminarpor sobre as águas
para não as magoar
agora sim
vamos salvar o mundo
vamos lá e dar vida por dentro aos barcos de pedra
Adorei o poema.
obrigada
bjs
Mar!
ResponderEliminar... esses barcos de pedra entram pelo peito adentro e derretem-se de ternuras...
que poema...
beijos
Caro POETA Eufrázio;
ResponderEliminarPoema maior.
Vamos salvar o mundo com a força das palavras nem que tenhamos de "movimentar barcos de pedra" com as nossas vidas.
Gostei imenso.
Um forte abraço.
A poesia salva o mundo.
ResponderEliminarbjs
Muy bello.
ResponderEliminarBesos para tiiiiiiiiiiii.
mar
Poesia que esconde mais poesia...Para além de... Parabéns
ResponderEliminarAbraço
Rosário
Caro Eufrázio,
ResponderEliminarE há tantos barcos de pedra neste país. É preciso colocá-los de novo a navegar.
Gostei muito do poema.
Abraço
se espuma for
ResponderEliminaro rei do fundo das águas
e a tristeza, um grão de areia
solitária
serão os poemas a mudar o mundo
e as pedras
um fio de barcos
...e um dia,
disse assim bonito e eu gostei!
um abraço
manuela
um poema com o movimento dos barcos, como água translúcida a ser palavra. adorei, eufrázio. um grande beijinho.
ResponderEliminarUm bom poema. Vamos salvar o mundo, ou a nós mesmos. Abraço.
ResponderEliminarE para salvar o mundo, bastaria que cada um salvasse o grão que lhe compete.
ResponderEliminarUm abraço.
Eu tento quotidianamente acrescentar um «grãozinho».
ResponderEliminarMuitos dias, também, desespero.
Um abraço
e o mundo quer ser salvo?
ResponderEliminarCaro poeta
ResponderEliminarAh como este poema é lindo!
Beleza triste, solitária de quem inda espera o que não seja frio, pétreo!
Um abraço com admiração
Maysa
Para salvar o mundo bastaria que o mundo deixasse que o salvassem...
ResponderEliminarO seu poema é belo, como sempre.
Um beijo, amigo.
Adorei a poesia...bjs
ResponderEliminarPorém Tu, Senhor, És um escudo pra mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.
ResponderEliminarCom a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte.
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou.
SL 3:3-4-5
DEIXO COM ABRAÇO DE PAZ E ALEGRIA DO PAI EM TEU CORAÇÃO.
E que a intenção se cumpra, grão a grão, dia a dia.
ResponderEliminarGosto muito destes ares de esperança que aqui perpassam. Fazem falta.
Abraço.
E jangadas de palha...rios de sentimentos, lagos de paixão.
ResponderEliminarSó por serem de pedra os barcos têm vida e navegam num tempo onde as pontes não são mais que palavras de espuma...
ResponderEliminarComo com "uma nesga de luz" se pode "salvar o mundo"!
ResponderEliminarAbraço
este poema tem vida por dentro...
ResponderEliminarBjos, Eufrázio, sempre de admiração
Que poema lindo!
ResponderEliminarSeja qual for
a interpretação que se lhe dê
...
"onde os azuis convergem
para afagares a minha barba
cor de espuma"
...
surge a maior força interior
capaz de salvar o mundo
e cada um de nós
princesa
(nem que seja para salvar o mundo belo e particular de cada um, de cada par...)
ResponderEliminarHá um momento em que todos os azuis convergem... como neste poema...
ResponderEliminarBjs
Chris
Volto, de cima, a este.
ResponderEliminarQue salva mundos e ideias.
O que mais nos importa!
Abç
Eufrázio,
ResponderEliminarque lindos poemas os teus ...
com este último, eu me identifiquei muito ... estou aprendendo a 'não querer salvar o mundo' ... salvando a mim mesma, já está muito bom e já é muito difícil ...
um prazer estar aqui ... adorei os poemas falados ... quem os recita? você? muito legal ...