A noite doía
de tantos passos em claro
o rio estava cansado
de tantas águas deitadas ao mar
mas foi neste leito
síntese de todas as cores
que quisemos habitar
infinitos
musicais
quase eternos
por um instante
Quando tentei explicar
o trajecto do rio
molhei o indicador nos teus lábios
tracei na parede do quarto
uma coisa linda
do ventre até à foz
e uma pétala solta
se tornou asa
contra o sossego dos pássaros
Só então compreendi
porque foste tu
a única a desaguar
com poemas no regaço
40 comentários:
Poeta
Também eu a recebi
Não sendo ela
exclusiva de ti
Hoje assino-me
"Um Outro Mar"
Dos poemas onde o imaginário se esconde no regaço.
Para cada um de nós,
há sempre uma mulher que é única -
como diz!
Saudações poéticas
Belíssimo percurso de palavras e de afectos. Caminhos seguros das emoções, que só esses são únicos!
Gostei.
Belíssimo poema!
Abraço
Parabéns pela forma saudável como
ocupa o seu tempo!
Mais um excelente entrelace
de palavras!
E eu apetece-me dizer-lhe
..."e uma pétala solta
se tornou asa"...
...e voou
até ao leito
cheio de folhagens
enquanto o arco-íris
alindava o céu escuro.
E nas margens
silenciosamente
mais um poema
ao amor
e à liberdade
acontecia
enquanto no quarto
ressaltava
o trajecto do rio
ainda húmido.
princesa
É sempre belo o que fazes com as palavras.
Beijo de boa noite.
O sossego dos pássaros anunciando a chegada da que tem poemas no regaço. Muito bonito sempre.
É sempre um prazer passar por aqui. Lindo o seu poema, onde a "pétala solta se tornou asa" e onde acontece "o desaguar com poemas no regaço".
Esta imagem é fabulosa:
«Quando tentei explicar
o trajecto do rio
molhei o indicador nos teus lábios».
ABSOLUTAMENTE
beijinho de grande admiração
Dos lábios onde nascem os rios feitos poemas.
Belíssimo!
Os poemas no regaço são infinitos quando se querem habitar nos trajectos dos rios de águas deitadas ao mar... Sublime!
Abraço!
Poeta
No rio do teu corpo...naveguei até ao mar dos teus olhos.
deixo um beijinho
Sonhadora
Soberbo desaguar!
sem mais palavras...
Beijo.
Eufrázio,
tive o prazer de, como todos os presentes no dia do lançamento do seu último livro, ouvir, em primeira voz (a sua), a voz da liberdade, solta ali, naquela sala, com poemas no regaço. Este poema.
E, não fora eu um mulher a quem a vida habitou a disciplinar emoções, e, o peso do meu corpo não susteria a voz de lhe dizer:
"valha-me a santa, meu amigo, ainda existe mensagem e poesia neste mundo"...
bem-haja, Eufrázio, por ser quem é.
gratidão
Mel
Belíssimas as imagens de quem transporta poemas no regaço. Poemas trazidos ao colo, com a máxima delicadeza, e tão generosamente oferecidos.
a desaguar com poemas no regaço!
tão lindo!
beij
Atrevido e audaz, gostei.
HOJE trago belas flores que captei em Zagreb, no Mercado das Flores...para tentar combater a melancolia que me invadiu...
Depois de 5 dias ausente, numa tentativa quase falhada de fazer umas férias a meu gosto, apenas posso dizer que não me recordo de ter apanhado tanta chuva por m2, em toda a minha vida.
Foi demais!!!
É isso que sinto:
vou perdendo a minha resistência!!!
AMIGO
já tinha saudades de o visitar.
Beijos.
Deixei-lhe umas palavras de apoio e votos de sucesso pelo lançamento do livro, no Facebook.
A unicidade dos que amamos é um mistério...
Um abraço
mas é isso que toda mulher sonha, ser a única em todos os sentidos, em qualquer sentido.
beijo!
Existem pesoas assim, únicas...
Bom final de semana.
Emocionada, apenas escrevo: SOBERBO!
Beijos meus.
A pétala no regaço é a beleza do poema.
Haverá algo mais belo para um regaço que acolher os mais belos poemas?!
Lindo!
Beijinho
"....
molhei o indicador nos teus lábios
tracei na parede do quarto
uma coisa linda
do ventre até à foz"
....
Só então compreendi
porque foste tu
a única a desaguar
com poemas no regaço"
Não sei comentar-te, Mar!
...apenas que é fascinante o desenho que fui decifrando naquela parede enquanto tomava o sabor deste poema tão lindo, tão linnnndo!!!!
Beijo. :))
Caro Eufrázio Filipe
Os nossos caminhos já se cruzaram, muito antes da blogosfera. Embora nunca comentasse,sigo há muito o seu (teu, já nos tratámos assim)blogue.
Agradeço a visita e sempre que que possível tentarei retribuir.
Já agora. Há tempos que tento saber do Fernando Miguel Bernardes. Já agora onde e ou como posso ouvir aquela canção de um seu poema "se poeta sou, sei a quem o devo"?
Abraço
Hoje assino (se a memória não me falha há uns anitos o meu nome estava na mesma lista com o teu, algures no Barreiro)
Rodrigo Henriques
O poder redentor/salvador da poesia. Aquele que nos ajuda a conhecer os contornos do rio e a desaguar.
Poeta
Simplesmente súblime...o poema falou.
beijinhos
Sonhadora
Um rio que correu, num trajecto de corpo, que é poema!
Um encanto ler-te!
leio sabendo que o mesmo me aconteceu
Imagino essa foz e o silêncio toma conta de mim...
Versos sublimes!
Beijinho
Não sei comentar poemas, apenas posso dizer que achei fascinante lindo de ler a um Domingo à tarde, a imagem é linda.
Abraço
Fantástico ;)
raros os "poemas de regaço". encrustados como pétalas. sobre a pele...
belissimo.
abraço, Poeta amigo.
Linda poesia, tu transformastes alguém em rio, um rio que corre pro teu mar de inspirações...
Passo a seguir-te.
gostei
!!
bj
teresa
Belíssima poesia...para refletidos e irrefeltidos imaginários...musical e cheio de entrelinha! Abraços
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