Depurei a luz
de um feixe de sombras
até entrares no porto
vestida de negro
contagiada pela liturgia
de um bando de estrêlas
Olhei sem ver o improvável
e fiquei preso por um fio
no olhar de ti
menina em botão vermelho
Lá fora medrava o sargaço
nas águas quedas da ria
e os barcos em preces recolhiam
ao cais com areia
um tempo por entre os dedos
sem palavras nos lábios
Seja a que horas for
onde estás mulher inteira
aqui tão perto das margens inventadas?
Onde estás a preto e branco
para transportarmos
mais este chão?
Há erosão nas coisas e nas pessoas...
ResponderEliminarAbraço
Depurar as tristezas a partir das suas sombras.
ResponderEliminarEstou aqui
ResponderEliminarPoeta
mesmo à distancia do sonho
que cabe em tua mão
Está toda inteira no poema, mas com vestes garridas.
ResponderEliminarPoema intenso, onde as palavras se associam numa dança poética, ora com a força de uma montanha, ora com a serenidade de um regato.
ResponderEliminarGostei imenso.
Um abraço.
"Onde estás..."
ResponderEliminarTantas leituras
tantas dúvidas
tantas certezas
todas "presas por um fio"
aí
mesmo ao lado!...
"seja a que horas for"
"sem ver o improvável"
... ... ...
Vou ter que
decifrar
consigo
este poema!
princesa
Um belo poema para colorir.
ResponderEliminarPara pintar com as cores que conseguirmos decifrar nas palavras...
ResponderEliminarou no tempo escorrendo...
Abraço
Poema de uma grande delicadeza. Como quem convoca as sombras para encontrar a luz...
ResponderEliminarUm beijo.
Entre o preto e o branco, a luz depurada, musa de todas as preces no escoar do tempo!
ResponderEliminarUm abraço, Eufrázio
gostei muito, eufrázio, um beijinho.
ResponderEliminartem carinhos para ti aqui, Mar:
ResponderEliminarhttp://meusamigosseusmimosmeusencantos.blogspot.com/2010/12/esta-chegando-o-natal.html
mesmo que não apeteça trazer é só p'ra saber que não está no esquecimento, não senhor!...
beijos, meus.
... eu já li este poema tantas vezes, mas tantas, e continuo a apenas conseguir senti-lo.
... é lindo tudo quanto escreves.
não chega dizer que é lindo, eu sei que não, mas as palavras existem para quem as sabe usar, sem estragar...
mais beijo.
O preto e o branco estão contidos na errância do tempo, na natureza, no chão de cores espalhadas...
ResponderEliminarLindo poema, nos faz pensar em fios de luz tentando entender a vida das cores...
Eufrázio,
ResponderEliminarcada texto novo é um cântico ao que de melhor o ser humano encerra. Fora a vida de todos nós assim depurada de sombras ou estas, evanescentes, quão belos eles são, e, a cada chão pisado, a terra de todos os desertos seria algodão doce - e leves e inabaláveis todos os passos, de todas as mulheres inteiras que morrem nas margens inventadas, de tão reais, delas mesmas.
A minha admiração, a minha gratidão pela partilha. Enorme bem-haja.
Mel
Cheio de luz e muita cor - palavras que respiram vida - lindo poema.:0)
ResponderEliminarBeijinhos*
"Depurei a luz
ResponderEliminarde um feixe de sombras"
Versos maiores, Eufrázio. Que todos sejamos capazes de o fazer...
Um abraço.
e fiquei preso por um fio
ResponderEliminarao regressar a estas palavras do poeta Eufrázio
O preto-e-branco da memória, que se faz colorido pela tonalidade das emoções.
ResponderEliminarAbraço.
Gostei muito.
ResponderEliminartalvez o biombo das palavras a (en)cubra. e "botão vermelho" a desvende. e irrompa do poema. majestosa...
ResponderEliminarexcelente.
abraços, POETA.
Olá, vim deixar um carinho de amiga, com abraços de paz, beijos no teu coração.♥
ResponderEliminarOlavo Bilac
Natal
Jesus nasceu. Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria...
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
No berço humilde em que nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na cruz.
Sobre a palha, risonho, e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino-Deus, que está cercado
Dos animais da pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes;
Na humildade e na paz deste lugar,
Assim que abriu os olhos inocentes
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presepe os guia,
Vem cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem perdoa o mal,
Natal! Natal! Em toda a natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve Deus da humildade e da pobreza
Nascido numa pobre estrebaria.
FELIZ NATAL!
Gostei.. Poeta...fiz pausa de Natal no meu blogue...mas passo para te desejar Natal Feliz e Ano Novo com saude, paz, amor, e poesia.
ResponderEliminarabraço,
Véu de Maya
e nas sombras havia luz...
ResponderEliminardelicado terno e bonito...
bom fim de semana!
beij
Caçar os relâmpagos
ResponderEliminarda luz, da cor na parede.
E procurar, procurar sempre!
O tempo urge. A mão. Dada. Levantada em punho.
Abç
Como sempre, um sentir fluidamente belo que nos eleva...
ResponderEliminarObrigada pela partilha das suas palavras, Eufrázio, sempre!
Votos de um Natal muito feliz
Abraço
"vestida de negro
ResponderEliminarcontagiada pela liturgia
de um bando de estrêlas"
Afinal a luz está lá apesar das sombras...
Bom Natal Eufrázio!
Por detrás das sombras e do negro há-de surgir a mulher de rosa e luz.
ResponderEliminarPoema da liturgia dos contrastes. Muito belo.
Boas Festas, Amigo Eufrázio.
Eufrázio, teu espaço é uma pérola entre as toscas pedras que a mediocridade espalha na blogsfera. Os leitores só têm a ganhar com um blog tão interessante. Parabéns pela bela alma que você tem.
ResponderEliminarVim arar o teu Mar...num tempo em que não o conhecia.
ResponderEliminarComento aqui, pois o adorei.
bjs