sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

QUE HEI-DE FAZER SENÃO AMAR-TE




Lá fora um manto lindo de água a cântaros
precipitou-me
para brincar com as palavras

Fixei-me no branco do papel
e não vi nada
exactamente nada
a partir do nada

Rasguei a folha
e tudo ficou mais claro
quando no espelho
um bando de sombras
regressou ao cais

Sombras vertebradas
que ao invés de flores de sal
traziam morangos ancorados nos lábios

Foi assim que te vi
no porão das memórias

Ainda não estávamos no tempo dos marnotos
nem das marinhas valentes
mas já o teu corpo se desfolhava
como se estivéssemos na safra
e eu só pudesse ocupar-me dos teus olhos

Que hei-de fazer
senão amar-te

31 comentários:

Licínia Quitério disse...

Da inevitabilidade do amor. Maravilhosamente dito.

Um beijo.

João A. Quadrado disse...

[se o amor é inevitável, cumpra-se]

um imenso abraço

Leonardo B.

lino disse...

E não deve haver nada melhor do que amar.
Abraço

jrd disse...

Que hás-de fazer, senão o melhor que podes fazer.

Graça disse...

Nada... a não ser a poesia bela que o comprova.


Um beijo e bom fim de semana.

partilha de silêncios disse...

Belo, o porão de memórias, onde o amor se torna inivitável.
bj

anamar disse...

Lembrar ...
No porão da memória
Há amores eternos.

Beijo com salpicos de sal
:))

augusto, um entre mil disse...

e,
amar pode ser tudo o que é preciso...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Linda poesia...amar

Rasguei a folha
e tudo ficou mais claro
quando no espelho
um bando de sombras
regressou ao cais

Adorei

beijinhos
Sonhadora

Justine disse...

Não faças mais nada - é tarefa para uam vida cheia!

São disse...

Se toda a gente tivesse esta tua esplêndidad capacidade de brincar com as palavras para nos transmitires coisas tão lindas, bem melhor seria o mundo.

Um abraço, Poeta.

Maria P. disse...

Assim, tão bem dito/escrito...maravilha.

Beijinho*

Virgínia do Carmo disse...

Suponho que o amor também pode (pre)ssentir-se assim, como efeito natural de um apelo incontornável; e ainda assim... com tamanha e tão sábia serenidade!

Bjo

CCF disse...

É um bom objectivo de vida.
~CC~

Anónimo disse...

Amores eternos tem sabor de morango. Humm... amor e morango sempre é coisa boa... :)

beijinhos

opolidor disse...

fosse o mundo guiado por esse sentimento...

Sensualidades disse...

amar e divertido

Beijos
`paula

Unknown disse...

Há amores inevitáveis. Essa é uma verdade em que acredito.
O poema é belíssimo.
O amor é o moranguinho que dá cor e sabor à vida!

hfm disse...

Da divagação das palavras e das metáforas que vão desaguar ao cerne de toda a vida. Belíssimo!

luis lourenço disse...

passei pela tua encosta pra te deixar um abraço...e ler o teu poema de amor.belo.

véu de maya

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mar Arável

Assim desfolhas esse sentimento. Com mestria e o acolhimento das vagas.
És poeta inteiro.


Abraço

Anónimo disse...

dedicar a vida a amar é o verdadeiro caminho da felicidade. gostei muito de ler, eufrázio. um grande beijinho*

mdsol disse...

Então poeta, há fatalidades boooooas!

:)))

maré disse...

redimensionar a página
e abrigar-se da chuva
.
depois o amor acontece
como se vertebrassem as pétalas
que os dedos vão desfolhando


______

um beijo Eufrázio

Anónimo disse...

Amar.

Voilá!

Saudações

Manuel Veiga disse...

belo e inspiradíssimo Poema. construido a partir do rosto que povoa todos os amorosos espaços.

abraço, Poeta.

utopia das palavras disse...

Assim é um poema de amor...de verdade!

Beijo

© Maria Manuel disse...

"e eu só pudesse ocupar-me dos teus olhos"
belo poema de amor!

abraço.

Graça Pires disse...

Consegui avistar o porão das memórias com seu bando de sombras...
Um belíssimo poema, amigo.
Um beijo.

Gabriela Rocha Martins disse...

invento um tempo


,porque a saudade do BELO também dói




.
um beijo

Lídia Borges disse...

Da inevitabilidade do Amor...

Muito gratificante navegar nestas palavras que "trazem morangos ancorados nos lábios".

Um beijo