Sieghried Zademack
Todas as palavras são parcas
mesmo as que se afogam
por não saberem respirar por guelras
Foi assim que te dei um abraço
que não era um abraço
mas uma transfusão de sangue
e tu não sabias
nem eu
que abraços entre nós
são rios de luz
vasos comunicantes
Todas as palavras são parcas
mesmo quando voam
se fendem ou fundem
por lucidez ou distracção dos pássaros
Assim persistimos em destruir
e construir margens
para celebrar o ventre
e a foz do rio que desagua
Vivemos numa ilha cercada
de sonhos e sonos
Se tivéssemos um barco
seria inútil
Assim ancorados nas areias
até à fronteira dos horizontes
vamos continuar a destruir
e a construir
pontes e muros
só porque as palavras
não sabem respirar por guelras
as tuas sabem... estão habituadas à lavra, neste mar de poesia.
ResponderEliminarMagnífico poema.
Beijo meu.
Aprenderão a fazê-lo, se necessário, enquanto constroem e destroem muros e pontes...
ResponderEliminarBeijo
Não sabem? talvez não... talvez precisem mesmo desse abraço indizível... mas eu acho que há sempre um poema salvífico que as mantém à superfície...
ResponderEliminarHoje deixo um abraço...
Talvez, mesmo que tendo guelras, seriam capazes de se perder nas marés.
ResponderEliminarbeijinhos
mais um excelente poema ,Homem/Peixe
ResponderEliminar.
um beijo
Para quê fazer respirar palavras, quando a perfeita respiração está no silêncio que fala de modo perfeito ?...
ResponderEliminarGosto de tudo o que diz sobre os abraços, também costumo senti-los assim.
ResponderEliminar~CC~
"...Assim ancorados nas areias
ResponderEliminaraté à fronteira dos horizontes
vamos continuar a destruir
e a construir
pontes e muros..."
mas também as palavras podem ser uma aragem... uma brisa... uma força.
Beijinhos ( tinha saudades de te ler!)
Belíssimo.
ResponderEliminarSe bem que eu acho que estas palavras respiram...
Queremos as palavras
ResponderEliminarflutuando
sendo nenúfares
(que não nadem mas voem na parábola do ar, como pedras, atiradas
contra muros)
Abç
Sabem sim, as palavras poéticas sabem respirar de qualquer modo: assim tu o provas.
ResponderEliminarUhm!!!
ResponderEliminarLindo!
Bjs
:))
as palavras também são transfusões de sangue
ResponderEliminarque navegam sob pontes
e são peixes
vorazes
que se suicidam conta os barcos.
_______
dizer que gostei?!
"todas as palavras são parcas"
um beijo Eufrázio
Palavras em palavras. Osmose.
ResponderEliminarAbraço
Mas que romântico!
ResponderEliminarQue solidário!...
"Abraço/transfusão de sangue"...
"Abraços/raios de luz"...
Percursos
de vidas, de sociedades, de grupos de sistemas...
Avanços,recuos,mutações...
Atitudes...
Vidas!...
"celebrar o vento e a foz do rio que desagua"...
"Vamos continuar
só porque as palavras
não sabem respirar por guelras"
Foi assim que senti este seu poema.
a seguir, desci ao fundo do mar
e contemplei
peixes e corais e
os azuis envolventes!
princesa
lindissimo
ResponderEliminarJokas
paula
As suas parecem saber respirar, mesmo debaixo de água.
ResponderEliminarBelas. Intempestivas. Imprevisíveis...
Bj
"Assim ancorados nas areias
ResponderEliminaraté à fronteira dos horizontes
vamos continuar a destruir
e a construir
pontes e muros
só porque as palavras
não sabem respirar por guelras"...
Aprenderão se um dia quiserem.
Como aprenderam os caminhos da poesia limpida.
Beijos
Querido poeta, às vezes penso que as palavras são de todos os elementos, ar, terra, água, fogo e éter e por isso, podem quase tudo e quem sabe, até respirar por guelras?
ResponderEliminarPeixe - palavra.
Uma espécie talvez...
Muita criatividade a sua, gostei!
mas respiram.se dentro deste "lugar" de mar alto !!!!
ResponderEliminaronde nunca se asfixiam.
abraço.
.
P.s.
dá por mim um outro abraço à Graça?
(já que estarei longe...)
:((
__________________. até breve Amigo.
Ps.2
ResponderEliminarà Graça Pires______________na Trama...:)
Você encontrou as palavras certas.
ResponderEliminarBelíssimo poema!
Beijos
PS: Gostaria muito que você conhecesse meus poemas. Visite-me. Será um prazer recebê-lo.
Lindo!!!
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