- Digo-te a bruma coada na cidade, para extase do porvir.Incito-te ao levantamento do chão onde adormecem lábios e pedras em murmúrios e salivas - só para te ver transgredir as pautas.
- Eu digo-te uma luz ao fundo, protegida por sombras e sons, numa campanula de pedras em arco.
- Repara no cego.
- Repara no cão.
- Quando chega a casa - imagino um cubículo de madeira - o cego das esquinas mergulha as mãos no saco das bofetadas, retira-as para o tampo da mesa e conta o abandono a que o votaram em cada moeda coitadinha.
- É o cego das esquinas. O tempo de rastos.
- Quem anda a montar o tempo?
- São os donos dos prédios altos que fazem esquinas para cegos.
- São os fazedores de cegos, os vendedores de concertinas.
sensibilidade pelos esquecidos e são tantos sem lembranças...
ResponderEliminarpoderoso
ResponderEliminarJokas
Paula
A força da simplicidade.
ResponderEliminarabraço
Parabéns!!!
ResponderEliminarSemana boa.
Amarga realidade, dita com enorme sensibilidade. **
ResponderEliminarJá quase ninguém os vê!
ResponderEliminar~CC~
e os cegos das esquinas não conseguem chegar o olhar ao topo dos prédios
ResponderEliminartchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
ResponderEliminarPoeta!
belíssimo
[ retiro.me sem palavras ]
.
um beijo
Em teia de palavras aceradas bem entretecida dizes das crueldades e das humilhações. Dupla crueldade,humilhação ainda mais de joelhos...
ResponderEliminaro tempo?
ResponderEliminarcego....tão cego.....
meu querido Mar...
e o meu livro????????????
beijo.
y. de piano.
Admirável.
ResponderEliminarBeijinhos*
Enxergamos de várias maneiras e somos cegos na mesma proporção.
ResponderEliminarSelena
p.s. obrigada pela gentil visita.
já tenho o teu livro.só falta o autógrafo.
ResponderEliminarum abraço!
"quem anda a montar o tempo?"
ResponderEliminarum falcão regressa
nas sobras
de um vento
persistente.
.
um beijo, levantado do chão.
Estas palavras tocam fundo... muito.
ResponderEliminar"os fazedores de cegos"...
ResponderEliminarEsta ideia vai ficar a tamborilar-me na cabeça!
Chega de andarmos tanto a contribuir calados para a cegueira que se instala, não é? Chega de fazedores destes, de "conselheiros" destes como o "nosso" Estado tem...
Mas que maravilha de expressão, esta, hein...
Posso fazer uso dela, em aula? Calha mesmo mesmo bem... depois de ter pedido que lessem O Conto da Ilha Desconhecida (do Saramago, claro), esta ideia vem mesmo mesmo a calhar! :)
Abraços
Náufragos das noites na esquina dos dias.
ResponderEliminarA cidade e as suas terríveis invisibilidades. A convivência dos que supõem ver com os que, provavelmente, não vendo, vêem.
ResponderEliminarA incomunicabilidade que aqui, com poesia, se comunica :)
Continuação de uma óptima semana...
Não há nada mais fascinante e cativante do que conhecer in loco novas culturas.
ResponderEliminarAssim o fiz mais uma vez.
Sou uma privilegiada, Deus tem sido meu Amigo por me proporcionar momentos tão magníficos.
Consegui realizar mais um sonho na minha vida.
Noutras áreas a coisa não corre muito bem, mas a Esperança é a última a morrer, continuo diariamente na luta por aquilo que quero, hei-de conseguir.
Boa semana.
Estou de regresso depois de 2 semanas de ausência.
Já comecei a postar algumas fotos no blog MOMENTOS PERFEITOS.
Denúncia em forma de sensibilidade profunda!
ResponderEliminarParabéns!
:)))
cão que lambe as lágrimas.também...
ResponderEliminarabraço, Poeta.
os fazedores de cegos...
ResponderEliminarMuito bom
"Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações."
Vinícius de Moraes
Passando, deixo-te um abraço amigo
Por demais soberbo!
ResponderEliminarBj.
Belo e comovente este poema.
ResponderEliminar"Quem anda a montar o tempo?" Pergunta pertinente...
Um braço.
Algo de surrealista... tal como a própria vida...
ResponderEliminarGostei!...
António Serra
Passei e deixo saudações amigas
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