sexta-feira, 19 de setembro de 2008

OCULTA NO GRASNAR DAS AVES

Os barcos ainda não tinham
abandonado o chão das águas
já vergavas o corpo
na corda tensa
enterravas os pés
e deixavas os peixes saltarem
nos teus olhos prateados
Exilada no próprio corpo
emerges deusa quase perfeita
ao pôr do sol
num desencontro de preces

mas só quando a deshoras

te abres em flor e desnudas

entregas o resto das forças

a um beijo

adormeces oculta

no grasnar das aves

27 comentários:

  1. no grasnar das aves. nunca me teria ocorrido.
    correndo o risco de me repetir direi que gosto particularmente da sua lírica e que lhe sou grata pela partilha.
    Excelente fds e, claro, de semana de trabalho.

    Saudações da Mel

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  2. O sabor de sal do teu Português. Bem hajas.

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  3. sublimação da mulher, neste escorrer de palavras...lindo!
    ~~~~
    a última frase do belíssimo poema infra, é impressionante
    "meu amor no fim do nada
    vamos construir um barco"
    até dei um suspiro! no fim eu também quero um amor assim!

    bom fim-de-semana
    um sorriso :)

    mariam

    (tenho sido pouco assídua... mas a falta de tempo, não me tem permitido!sorry.)

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  4. Sempre em crescendo estas palavras poéticas!

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  5. Lembrei-me de Soeiro e de Raul Brandão. Não sei porquê ou talvez saiba.
    Magnífico!

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  6. O amor pertence a todos. Mas é mais difícil para aqueles que trabalham arduamente. E, por isso, muito mais belo!

    :)

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  7. Retrato doce e empolgante, o que compões com as tuas palavras cheias de compaixão e maresia.
    Feminino, como a força do mundo.

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  8. LIndíssimo, mar arável. É um prazer redobrado cada vez que se lê.
    Uma boa semana

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  9. respiração de ave...?!


    mais alto é mais seguro...:)


    beijo.



    obrigada)

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  10. POema a merecer a foto do Gageiro
    (e vice-versa)

    e também um abraço

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  11. Belíssimo poema para fantástica fotografia.
    Um abraço.

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  12. poema / canção

    num canto

    mais elevado


    jogo perfeito de imagem / palavra




    .
    um beijo

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  13. Belíssima linguagem poética. Passa o mar nos teus poemas.

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  14. Olá,

    Obrigada pelo carinho da sua visita.

    Belíssimo poema. Um exílio num mar de amor.

    Beijo.

    Inês



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  15. Cheirei o mar com este poema e pensei nas mulheres dos pescadores e pensei em todos aqueles que por lá ficam. E gostei muito.

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  16. Depois de tantas palavras certas deixo só o meu
    :))

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  17. Lindo este poema. Um título que tem tanto de doçura, como de força!

    beijo, amigo

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  18. O poema é lindo
    a ver a foto, pensei logo no "meu mar" : a Nazaré...voltei anos atraz...

    Um beijo

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  19. Olá Amigo, simplesmente maravilhoso!
    Bela poesia... Beijinhos de carinho,
    Fernandinha

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  20. um dia......um dia o rio desceu sobre a mesa. das sílabas.


    um dia gostava de dizer assim.


    :)


    _________

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