segunda-feira, 7 de julho de 2008

A VER DANÇAR AS PALAVRAS



Nas pedras do chão há cristais
cheios de pó e movimento
que seguem itinerários
vagarosos

que tropeçam
antes de serem brilho
expressão musical
para espanto dos pássaros
antes do voo

As pedras do chão
perdem a inocência
quando se aproximam dos cristais

Será do pó em movimento
ou dos meus pobres olhos
que espantam os pássaros?

Já não me pergunto
se nos alimentamos de poemas e destinos
neste chão onde me apetece

ver dançar as palavras

17 comentários:

jrd disse...

Quando dançam,as tuas palavras dão asas às pedras.

Donagata disse...

E que bem dançam elas!

**Viver a Alma** disse...

Salvé!
Um poema que musicado o dançaria em pontas...obviamente!

E ver dançar as palavras...melhor!

Mariz

ESPAVO! - como em MU

Maria disse...

As pedras e os cristais ganham a força das palavras nos pássaros que espantam os teus olhos...

Um beijo

mariam [Maria Martins] disse...

obrigada!
volto mais logo...

um sorriso :)

hfm disse...

Belíssimo!

Justine disse...

Alimentamo-nos de sonho, que é o mesmo que a dança das palavras nos teus poemas. E por aí se chega ao destino, esqucendo o pó, retendo o movimento.

Anónimo disse...

e em ti, que bélas dançarinas são as palavras.

Manuel Veiga disse...

bela a sublimação das pedras em cristal. onde a inocência se perde. e se ganha brilho...e densidade!

como teu poema. brilhante...

abraços

Maria P. disse...

E como dançam bem...

Beijinho*

mariam [Maria Martins] disse...

excelente este poema, é coisa muito séria!
estou a ver mal ou é um sucedâneo de metáforas ...não sei é se as "alcancei" todas !

boa semana
um sorriso :)

Maria Laura disse...

Que dancem então as palavras para que possamos tocar os cristais! E concretizar destinos para lá do sonho.

samuel disse...

E como dançam!...

Anónimo disse...

um alimento indispensável, como do pão para a boca, as palavras para os sentidos :) beijinhos.

vermella disse...

as palabras renacen viven e morren
hainas en toda benvida
ou nas incognitas dos adioses
transmiten sen problemas a tenrura
e o hastío ca súa abulía vertebrada
di o que decir alguén ordena
son donas do espacio
pero tamén escrava sdos necios
teñen a impavidade dos que madan
pero tamén nelas sostense
o corazón dos cambios....

Lembreíme deste poema de Benedetti que dí eso máis ou menos.
beijos de palabra escrita.

Anónimo disse...

Pois...
eu sei
que gosto de contemplar
o baile das tuas palavras
e entrar nele
descalça.
Os seus poemas
são
de facto
um verdadeiro "destino"...
..."alimento"
dos quantos bebem
em metáforas
tão deliciosas!

princesa

Mateso disse...

Por demais belo!
Bj.