Nos braços que "eternizam" este rio
procuramos o rosto do lume
que precisamos
para incendiar palavras
"ensinar-lhes"
a linguagem dos gestos
e nas flores o vinho das abelhas
Segundo as pautas do silêncio
por muito que se contemple
o ventre deste rio
seguiremos sempre o eco
longínquo e bolhoso das rãs
o coaxar dos remos
a canoa azul
mesmo nos apeadeiros da memória
até à foz
no desaguar dos rumores
Nos braços deste rio
é preciso saber escutar
o rumo do sangue
tatuado nas veias
mesmo que embriagado
de memórias e paisagens
muito mais
que esta navegação de migalhas
onde só faltamos nós
os sedimentos
"Nos braços deste rioé preciso saber escutar"
ResponderEliminaro saber escutar é como o saber esperar, aprende-se com a vida...
boa semana
O poema faz jus à beleza da imagem: parabéns!
ResponderEliminarSe puderes passar por lá, obrigada.
Abraços.
conhecermo-nos e sermos o que somos em vez de sendimentos que pousam no fundo do leito
ResponderEliminardos sedimentos das "pautas de silêncio". Belíssimo.
ResponderEliminarMuito bom!
ResponderEliminarAté ao dia em que, também nós, havemos de seguir na passagem das águas que o Mar espera.
Vim reler-te.
ResponderEliminarAbraço.
Um rio na memória. O rumor do sangue no poema.
ResponderEliminarescreves de forma a sedimentar as flores no rio das abelhas. bonito*
ResponderEliminarGosto de todos os poemas com rios lá dentro ou de todos os rios com poemas dentro. Abraços
ResponderEliminar~CC~
Rio de gente , rio de esperança, rio de vida, rio de nós...
ResponderEliminarLindo.
Bj.
Bom poema! E gostei muito da pintura que desconhecia.
ResponderEliminarIdentifiquei-me bastante: cada vez mais sinto ser um sedimento. Destino ou condição?
:):) Obrigada!
como sedimento. de ouro.
ResponderEliminarnada falta. aqui.
bom dia.
.
não faltamos, não... somos estes sedimentos coalhados no fundo do rio, enquanto tudo nos passa por cima, a correr...
ResponderEliminarbraços de rios
ResponderEliminarrecoletando
infinitos
beijO
Já me deixei navegar nos braços deste rio, já deixei que as suas palavras me incendiassem, já escutei o coaxar dos remos nos apeadeiros da memória...
ResponderEliminarQue dizer? Gostei muito. Vou reler e reler e reler... e a Carlota está a ouvir de olhos semicerrados como quem aprecia profundamente.
Um beijo.
Ver, neste rio, para lá do que nos embriaga o olhar. É urgente.
ResponderEliminarExcelente poema.
quedo.me
ResponderEliminarem silêncio
e leio
como se te encontrasse
uma primeira vez
.
um beijo
"rosto do lume
ResponderEliminarque precisamos
para incendiar palavras..."
belos. tais rosto. (re)conheço-os. aqui.
abraços
Gosto assim dum rio agulha que nos costura ao rendilhado das águas
ResponderEliminarBeijo
Pautas de silêncio associadas a GEORGES LAUGEE são uma pérola poética e plástica.
ResponderEliminarsedimentos invisíveis
ResponderEliminarcalados?
e porque "navegar é preciso" deixei-me seguir por este teu rio...
ResponderEliminarbelas palavras
muito mais
ResponderEliminarque a vida nossa,
o universo
que somos
vivemos
sentimos
neste rio
de braços
e sangue
..
x
sedimentos. absolutos.
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