sábado, 19 de janeiro de 2008

ARDE A MADRUGADA






Arde a madrugada

dos nossos lábios

tangem cordas de oiro e prata

os nossos dedos



Transportamos labaredas

cingidas

nas línguas

aneis de fogo

no interior do corpo



Sem regresso

caminhamos

por sobre as águas

exaustos de salivas



mas dos lábios

saltam faúlhas que nos alimentam

até arder de novo a madrugada


18 comentários:

  1. Sem tempo para comentar como gostaria,
    Apenas digo:
    Presente! Apesar de ausente...
    princesa

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  2. enquanto o tempo escurece


    convocando sombras


    ser apenas o tecido


    modelada carne


    que amanhece




    tenra água flor de lis




    rio de ocorrência clara

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  3. A tua poesia arde em fogo brando e alumia os caminhos das madrugadas.
    Muito bom!
    bfs

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  4. a Poesia nunca é neutra! alimenta as madrugadas com suas faúlhas!

    abraço, Poeta!

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  5. abro as mãos de vento e rosas


    aos satélites sem rota



    de par em par

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  6. É bonito ler-TE assim....
    ..."até arder de novo a madrugada"
    excelente......

    Beijo

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  7. Qual lira em águas douradas pespontadas pelo amarel de um astro...
    Lindo.
    Bj.

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  8. Belo poema onde o erotismo se faz sentir...

    Hoje, não sei por que razão, mas os espaços amigos 'masculinos' estão muito aromatizados com afectos! Bom sinal?!

    Sensibilizada pelo teu olhar atento em 'fragmentos'!

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  9. Esse final é magnífico!
    Para te "responder" à altura tem que ser com um poeta mais "da tua liga"...

    "Porque vivimos a golpes, porque apenas si nos dejan
    decir que somos quien somos,
    nuestros cantares no pueden ser sin pecado un adorno.
    Estamos tocando el fondo.

    Maldigo la poesía concebida como un lujo
    cultural por los neutrales
    que, lavándose las manos, se desentienden y evaden.
    Maldigo la poesía de quien no toma partido hasta mancharse."

    (Gabriel Celaya/Paco Ibañes)


    Grande abraço.

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  10. "Aneis de fogo no interior do corpo" é imagem bela e poderosa.
    ~CC~

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  11. arde.
    arde.
    arde.






    e vê-se.



    sobre as águas.


    .



    exaustas.




    bjj.



    .piano.

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  12. Que todas as madrugadas se tijam de incêndios!

    Boa semana.

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  13. Lindo como de costume. Palavras que se saboreiam com volúpia e que fazem arder a alma.

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  14. Sem regresso

    caminhamos

    por sobre as águas


    mas o regresso impõe-se a este espaço...sempre!

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  15. o... "de novo" ...
    aqui
    agora
    lembrança de coisas boas
    de novo!

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