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Ao som do Gregorian Chant,no Monostery of Montserrat,estava eu
no c.d.,a ver na minha frente - cairem aves do céu - que mais me
pareciam estrelas.
Na verdade estão sempre a cair aves neste chão que as
fe - cunda
re - colhe
se - pulta
Na verdade neste chão de asas e mares desgrenhados
flutuamos
tão leves que nem a morte sente os nossos passos.
- Cão de barro?
- Perdão - as estrelas também se conquistam - mesmo as que caem do céu.Foi precisamente por isso que decidi apaixonar-me pelo seu cão de barro.
-Decidiu?
- Sabe - até para amar é preciso ser competente e tomar decisões.
É verdade decidi apaixonar-me pelo seu cão de barro e solicitar a sua
presença no meu gabinete de trabalho.Acredite que tenho necessidade
de partilhar o poder no meu último despacho.
Especulei com a memória e recordei uma história inventada
"Sim senhora ministra".
Uma vez mais a lua estava cheia e um vulto elegantíssimo percorria
a azinhaga desde o portão até à casa.
Obviamente o portão estava no trinco e o cão preso.
O Dique - observador de silêncios gregorianos - permitiu que o vulto
se aproximasse - mas não deixou de roer a corda.
No chão da azinhaga - um som cadenciado - uma espécie de toc-toc
toc-toc na direção da casa.
Agora sim mais nitidamente,o vulto parecia um espaço habitável,
uma mistura de sombras eróticas.
Exibia quase provocadora um caminhar de ancas sofisticado
e o clássico aroma do chanel nº.5.
- Senhor - não é um assalto.Tomei a liberdade de invadir pacificamente o seu espaço para lhe fazer um convite personalizado.
- Foi um risco senhora.Aqui quem morde é o dono.
No dia e religiosamente na hora - lá estava eu com o meu cão de barro,no seu faustoso gabinete de trabalho.
Decidida - varreu para o chão toda a papelada,arquivada à vista
na larga mesa de reuniões.
Colocou na aparelhagem um c.d. e o reóstato no lusco-fusco.
Pegou docemente no dique.Subiram para o tampo da mesa e aí
dançaram soltos,como estrelas,cabeças a tilintarem nos cristais
do lustre.
Exausta - largou o cão e convidou-me para um moscatel roxo.
Sentada no sofá,saias arregaçadas,colocou uma bela caneta
de tinta permanente,cravejada de brilhantes e aparo de ouro legal -
entre os dedos do pé direito e assinou devagar mas com determinação
o seu último despacho oficial.
-" A partir de hoje - sou a senhora das meias pretas."
Ao som do Gregorian Chant,no Monostery of Montserrat,estava eu
no c.d.,a ver na minha frente - cairem aves do céu - que mais me
pareciam estrelas.
Na verdade estão sempre a cair aves neste chão que as
fe - cunda
re - colhe
se - pulta
Na verdade neste chão de asas e mares desgrenhados
flutuamos
tão leves que nem a morte sente os nossos passos.
- Cão de barro?
- Perdão - as estrelas também se conquistam - mesmo as que caem do céu.Foi precisamente por isso que decidi apaixonar-me pelo seu cão de barro.
-Decidiu?
- Sabe - até para amar é preciso ser competente e tomar decisões.
É verdade decidi apaixonar-me pelo seu cão de barro e solicitar a sua
presença no meu gabinete de trabalho.Acredite que tenho necessidade
de partilhar o poder no meu último despacho.
Especulei com a memória e recordei uma história inventada
"Sim senhora ministra".
Uma vez mais a lua estava cheia e um vulto elegantíssimo percorria
a azinhaga desde o portão até à casa.
Obviamente o portão estava no trinco e o cão preso.
O Dique - observador de silêncios gregorianos - permitiu que o vulto
se aproximasse - mas não deixou de roer a corda.
No chão da azinhaga - um som cadenciado - uma espécie de toc-toc
toc-toc na direção da casa.
Agora sim mais nitidamente,o vulto parecia um espaço habitável,
uma mistura de sombras eróticas.
Exibia quase provocadora um caminhar de ancas sofisticado
e o clássico aroma do chanel nº.5.
- Senhor - não é um assalto.Tomei a liberdade de invadir pacificamente o seu espaço para lhe fazer um convite personalizado.
- Foi um risco senhora.Aqui quem morde é o dono.
No dia e religiosamente na hora - lá estava eu com o meu cão de barro,no seu faustoso gabinete de trabalho.
Decidida - varreu para o chão toda a papelada,arquivada à vista
na larga mesa de reuniões.
Colocou na aparelhagem um c.d. e o reóstato no lusco-fusco.
Pegou docemente no dique.Subiram para o tampo da mesa e aí
dançaram soltos,como estrelas,cabeças a tilintarem nos cristais
do lustre.
Exausta - largou o cão e convidou-me para um moscatel roxo.
Sentada no sofá,saias arregaçadas,colocou uma bela caneta
de tinta permanente,cravejada de brilhantes e aparo de ouro legal -
entre os dedos do pé direito e assinou devagar mas com determinação
o seu último despacho oficial.
-" A partir de hoje - sou a senhora das meias pretas."
15 comentários:
na verdade. flutuei.
senhor!
______________________
:)
perfeito?
é pouco.
Arrebatador :)
Não sei se o cão se o texto mas agora pouco importa .
Saio com um sorriso, como que flutuando. Talvez o culpado seja o Moscatel Roxo :)
Um beijinho
Turbador e excitante coma o moscatel roxo..........
obrigada pola visita e beijo.
cheguei a ter medo do sono.
"Senhor - não é um assalto.Tomei a liberdade de invadir pacificamente o seu espaço para lhe fazer um convite personalizado."
Corrijo, vim apenas dizer quanto gostei. A inteligência e a ironia, que aqui não faltam, deliciam.
Parabéns
:)
meias de vidro, ou meias de seda, suponho. abomino a despoetização que os outros materiais (lycra, mousse,etc)trouxeram ao uso da lingerie.
E ASSIMME FEZ SONHAR.. LINDO, UM ABRAÇO, ELL
o livro vermelho de monserrat?
O livro vermelho!!!!
pois claro. claro/escuro.
:)
.
o Piano abriu.
n�o sei se sim ou n�o...mas l� est�....
adorei o que li! não são palavras vãs: tenho fama de nomes muitos feios (diria frontalidade mas hoje em dia parece que enquadram uma vasta gama de adjectivos)
boa noite
mas é um"piano ainda sem muita graça..."
_____________
beijo.
Sinceramente acho que é...uma maravilha!
(só o Chanel... perdoa.. com tantos aromas logo o chanel e nº5...!!!)Parabéns.
Um beijo
Gostei do texto. Entre várias referências ressaltam a lembrança de Jordi Saval, a Catalunha, "o cão que não morde e o dono que morde" e as perturbantes meias pretas.
Apenas não retenho a fragrância do Chanel nº 5, prefiro sentir outras...
mas valeu o despacho! ufff...
Desta vez, a qualidade que o distingue, apresenta-nos mais um cenário lindo!
Deixa-nos transparecer afectos sublimes em ambientes românticos.
Texto agradável de ler e sentir...
...o perfume da relação...
...a aventura...a leveza dos pássaros...o sabor do moscatel roxo em copo de cristal fino...a sensualidade e erotismo que cada um dos intervenientes exibe em noite escura ou de luar!
Eu, muito gostaria de descobrir e conquistar as estrelas que há em si!...que o guiam e inspiram!
Parabéns pela sua competência e criatividade!!!!
princesa
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