desenho de Mário Filipe
Mão amiga inscreveu na lista dos novos comendadores,para despacho
do senhor presidente - um "pato bravo" de seu nome Isidoro.
Admite-se em Cajados que a comenda lhe tenha sido atribuída apenas
pelo facto de ser um homem podre de rico e mecenas não se sabe de quê
Consta que chegava a um restaurante e quando lhe perguntavam
Vossa excelência deseja uma casta da Região Demarcada do Douro?
Sugiro um Touriga Nacional - casta nobre,rica em polifenois
e compostos aromáticos.Vossa excelência dirá.
O Isidoro,que agora se chama comendador,levantava as fartas
sobrancelhas,fingia pensar e respondia - sempre do mesmo modo
Traga do mais caro.
Tudo isto a propósito do "monte dos tesos" que o comendador
recuperou na aldeia de Cajados.Uma mansão para festejos hilariantes
aos fins de semana.
Um dia com os convivas já a destilarem,as senhoras a chapinharem
na piscina a tricotarem intrigas - o comendador chefiou um grupo,
azinhaga fora para substituir a placa indicativa da aldeia que deixaria
de se chamar Cajados para se chamar Monte dos Tesos.
Alertado e vigilante o povo arrancou a placa repôs a verdade.
Houve mesmo um destemido que se atreveu a gritar
Abaixo o comendador
Durante a semana a paz instalava-se em Cajados,onde habitava
o senhor Jacinto,homem estimado,trabalhador rural assalariado,
viuvo e com três filhos a cargo.
O pai saía ao nascer do sol,regressava ao pôr do sol e os putos
ficavam à solta.
Então não comem nada?
perguntava o senhor Jacinto
Não nos apetece.
respondiam em coro -o Tó,a Bia e o Perdigão.
A verdade dos factos
Os putos descobriram um postigo na casa dos jogos do comendador
e durante a semana invadiam ciclicamente a mansão para tirarem
a barriga de misérias.Abancavam à farta - do bom e do melhor.Só não
tocavam nas lagostas porque tinham medo dos bichos.
Os mais novos sentados à mesa,com toalha de bilros e castiçais,
eram servidos pelo Perdigão que ía dizimando o frigorífico por turnos.
Após o repasto dormiam a sesta refastelados na larga e fofa cama
rocócó do senhor comendador.Após a sesta,todos nus,tomavam banho
na generosa piscina e no regresso a casa ainda se atafulhavam
com "palitos la reine".
Um dia o comendador apareceu de surpresa,com um bando
de seguranças.Apanharam os putos.Lindos como anjos no olimpo,
a dormirem profundamente.Ressonavam como príncipes.O Perdigão
até assobiava uma espécie de tirolês.
Resultado
Queixa na GNR,os putos entregues ao pai que entretanto regressava
estoirado do trabalho.Tribunal - decisão do juiz
Tem dez dias para indemnizar o senhor comendador pelos prejuizos
- 500 euros.
Volvido o prazo,o senhor Jacinto não pode pagar e está em parte incerta.Os putos foram internados numa casa pia qualquer.
O povo está triste e a quotizar-se para pagar a dívida.
O senhor comendador continua em festa.
Mão amiga inscreveu na lista dos novos comendadores,para despacho
do senhor presidente - um "pato bravo" de seu nome Isidoro.
Admite-se em Cajados que a comenda lhe tenha sido atribuída apenas
pelo facto de ser um homem podre de rico e mecenas não se sabe de quê
Consta que chegava a um restaurante e quando lhe perguntavam
Vossa excelência deseja uma casta da Região Demarcada do Douro?
Sugiro um Touriga Nacional - casta nobre,rica em polifenois
e compostos aromáticos.Vossa excelência dirá.
O Isidoro,que agora se chama comendador,levantava as fartas
sobrancelhas,fingia pensar e respondia - sempre do mesmo modo
Traga do mais caro.
Tudo isto a propósito do "monte dos tesos" que o comendador
recuperou na aldeia de Cajados.Uma mansão para festejos hilariantes
aos fins de semana.
Um dia com os convivas já a destilarem,as senhoras a chapinharem
na piscina a tricotarem intrigas - o comendador chefiou um grupo,
azinhaga fora para substituir a placa indicativa da aldeia que deixaria
de se chamar Cajados para se chamar Monte dos Tesos.
Alertado e vigilante o povo arrancou a placa repôs a verdade.
Houve mesmo um destemido que se atreveu a gritar
Abaixo o comendador
Durante a semana a paz instalava-se em Cajados,onde habitava
o senhor Jacinto,homem estimado,trabalhador rural assalariado,
viuvo e com três filhos a cargo.
O pai saía ao nascer do sol,regressava ao pôr do sol e os putos
ficavam à solta.
Então não comem nada?
perguntava o senhor Jacinto
Não nos apetece.
respondiam em coro -o Tó,a Bia e o Perdigão.
A verdade dos factos
Os putos descobriram um postigo na casa dos jogos do comendador
e durante a semana invadiam ciclicamente a mansão para tirarem
a barriga de misérias.Abancavam à farta - do bom e do melhor.Só não
tocavam nas lagostas porque tinham medo dos bichos.
Os mais novos sentados à mesa,com toalha de bilros e castiçais,
eram servidos pelo Perdigão que ía dizimando o frigorífico por turnos.
Após o repasto dormiam a sesta refastelados na larga e fofa cama
rocócó do senhor comendador.Após a sesta,todos nus,tomavam banho
na generosa piscina e no regresso a casa ainda se atafulhavam
com "palitos la reine".
Um dia o comendador apareceu de surpresa,com um bando
de seguranças.Apanharam os putos.Lindos como anjos no olimpo,
a dormirem profundamente.Ressonavam como príncipes.O Perdigão
até assobiava uma espécie de tirolês.
Resultado
Queixa na GNR,os putos entregues ao pai que entretanto regressava
estoirado do trabalho.Tribunal - decisão do juiz
Tem dez dias para indemnizar o senhor comendador pelos prejuizos
- 500 euros.
Volvido o prazo,o senhor Jacinto não pode pagar e está em parte incerta.Os putos foram internados numa casa pia qualquer.
O povo está triste e a quotizar-se para pagar a dívida.
O senhor comendador continua em festa.
Moral da história "Quem se lixa é o mexilhão" sempre.
ResponderEliminarBoa zurzidela aos santos costumes "comendadários" que têm distribuído as ditas cujas ao desbarato.. como o resto do país.
Há tanta comenda a vogar que nem sequer já chegam as barrigas para as segurar...
Lindo o teu texto.
Bjs.
olhar irónico e inteligente...que não me impediu de dar uma franca gargalhada!!!
ResponderEliminarO senhor comendador o raio que o parta! Quem está em festa sou eu depois de ter lido e visto, e assim me vou à deita que se faz tarde e amanhã o reformado tem muito que fazer.
ResponderEliminarUm abraço aos dois!
Impossível não aplaudir os putos....
ResponderEliminarAo comendador desejo que continue a enfardar à custa de quem trabalha, pode ser que rebente... longe...
Muito irónico e espelho de situações caricatas que abundam por este país. O sorriso que arranca é um tanto amargo. **
ResponderEliminara ironia ao teu "sabor".
ResponderEliminargosto fino.
____________
abraço. sem prazo.
O melhor é "assobiar"))
ResponderEliminarAH, MEU AMOR NÃO EXISTE MAIOR DOR
QUE O TEU AMOR QUANDO DESPERTA
O QUE SINTO É CLAMOR
QUE O TEU AMOR LIBERTA
)))
Soberbo texto!
ResponderEliminarUm abraço*
Gostei do texto, escrito com muita ironia.
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu blogue.
Bom fim de semana
Bjs