Feríamos a água
de tanto remar
e nem sabíamos bem porquê
estávamos no tempo dos jacintos
e queríamos inexplicavelmente
ouvir a sabedoria das marés
a respiração dos sapais
semear gestos nos sulcos da água
Clandestinos lá fomos devagar
à descoberta do princípio do mundo
prateados como os olhos dos peixes
e dos arados
Humedecidas pela brisa
lá estavam as sereias no seu refúgio
em lençois de linho e púrpura
sitiadas à nossa espera
a cantar os novos impérios
e nem sabíamos bem porquê
6 comentários:
Nunca tinha pensado que podíamos ferir a água com os remos…
Gosto da ligação que fazes entre as marés, os sapais, os arados…
Haverá sereias no Tejo?
«semear gestos nos sulcos da água»
Passamos a vida a semear gestos nos sulcos da água, e nos sulcos da brisa... mas acabamos sempre por perguntar: porquê??? E para quê???
Um abraço!!!
Gostei muito.
não havia porquÊ.
a.s.s.i.m
era.
beijO
Ser poeta é um dom que só alguns detêm;
Ser poeta é conseguir penetrar no indizível, traduzi-lo e dar-lhe forma, criando os contornos mais adequados;
Ser poeta é ser para além do ser; É transportar amor para além do azul...
Há os que se julgam e há os verdadeiros, como é o seu caso Romeiro! Parabéns!Pelo estilo e conteúdo.
Ser poeta é um dom que só alguns detêm;
Ser poeta é conseguir penetrar no indizível, traduzi-lo e dar-lhe forma, criando os contornos mais adequados;
Ser poeta é ser para além do ser; É transportar amor para além do azul...
Há os que se julgam e há os verdadeiros, como é o seu caso Romeiro! Parabéns!Pelo estilo e conteúdo.
Augusta
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