quinta-feira, 3 de maio de 2007

A RASGAR CAMINHOS







Deixámos crescer o mar para lhe beber os rebentos

a fímbria que dança em redor dos olhos





entrámos as portas do efémero

habitantes desajeitados e natureza

tão infinitos que nos demorámos um no outro espantados

a conspirar contra o poder das aves





Deixámos crescer o mar para lhe colher a primitiva chama

a voz cúmplice da inocência a escada do celeiro





entrámos inumeráveis no olhar lúcido

das grandes sementeiras





tão navegáveis que nos removemos em musicas de maio

a rasgar caminhos

bosques e multidões

5 comentários:

Maria disse...

o mar, o alentejo, a luta!
fatalmente... o amor!

inimaginavel disse...

Gosto de rasgar caminhos. De chegar, de olhar para trás. De conseguir. E de começar de novo.

vieira calado disse...

Belos poemas, este e os mais abaixo. Belas fotografias também.
Aqui voltarei.

Anónimo disse...

Eufrázio, que boa surpresa este reencontro. Mais do que provavelmente já não te lembras de mim, mas deixo algumas dicas da(s) minha(s) vida(s): Aveiro (nos anos 70), O Diário, depois o Se7e e O Jornal... Muitas vidas, as nossas vidas!
Gosto muito do blogue. Também tenho um mais-saite-que-blogue em construção, havemos de nos ver por aí!
Grande abraço.

Luís Galego disse...

Deixámos crescer o mar

deixemos as palavras deste poeta voar...onde chegará? estarei para aplaudir.