domingo, 10 de dezembro de 2017

ARTESÃO DE METÁFORAS





Nas margens do rio
onde habito
respiram pautas desertos
retratos íntimos de flores
a preto e branco

 repousam mãos famintas

 Nas margens deste rio
quando a noite amanhecida
não dorme
ouvem-se pêndulos vagares
cadenciados
agitam-se os dedos

 o tempo ousado dos poetas
que não eu
artesão de metáforas

 No fulgor das águas
desprendo-me
a profanar metáforas
para ver mais claro
o teu corpo antigo baloiçar
nas paredes da casa
Eufrázio Filipe
"Chão de claridades"
às

17 comentários:

  1. Rogério G.V. Pereiradomingo, dezembro 10, 2017 12:38:00 da manhã

    Tenho o teu chão
    sempre à mão

    (pág. 241)

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  2. teresa diasdomingo, dezembro 10, 2017 8:18:00 da manhã

    Belo poema, senhor "artesão de metáforas".
    Abraço.

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  3. _ Gil António _domingo, dezembro 10, 2017 11:24:00 da manhã

    Pura e doce fantasia.
    .
    Hoje
    Margens de sedução de branca espuma
    .
    Deixando um abraço humilde e poético.
    Bom dia. Domingo feliz
    .

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  4. Agostinhodomingo, dezembro 10, 2017 12:34:00 da tarde

    "Ouvem-se pêndulo vagares
    cadenciados
    agitam-se os dedos"
    e
    "desprendo-me"!
    vagueando em ritmos outros,
    free...

    Abraço, Poeta.

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  5. ACdomingo, dezembro 10, 2017 2:33:00 da tarde

    Artesão de metáforas, participante muito activo nas coisas da vida...
    Muito bem, Eufrázio!

    Abraço

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  6. deepdomingo, dezembro 10, 2017 4:24:00 da tarde

    Artesão de belas metáforas.

    Bom domingo. Bj

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  7. Cidália Ferreiradomingo, dezembro 10, 2017 5:32:00 da tarde

    Adorei ler =)

    Beijo e uma noite feliz.

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  8. manuela baptistadomingo, dezembro 10, 2017 5:37:00 da tarde

    antigo é o baloiçar, o rio e as paredes da casa

    um abraço

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  9. Graça Sampaiodomingo, dezembro 10, 2017 9:39:00 da tarde

    É que os poetas são mesmo artesãos de metáforas... Elas é que, tontas, por vezes, vão ter a mãos que não as sabe agarrar...

    Beijinho.

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  10. Teresa Durãessegunda-feira, dezembro 11, 2017 2:23:00 da tarde

    As lembranças oblíquas que nos dão o presente

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  11. Graça Piressegunda-feira, dezembro 11, 2017 3:21:00 da tarde

    "No fulgor das águas
    desprendo-me
    a profanar metáforas
    para ver mais claro
    o teu corpo antigo baloiçar
    nas paredes da casa"
    Magnífico, meu Amigo!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  12. Boopterça-feira, dezembro 12, 2017 9:57:00 da manhã

    Artesão,
    Obrigada pela visita que proporcionaste ao meu próprio rio.
    Porque as metáforas têm esse poder, de nos transportar para as nossas referências.
    Visitei o teu, e o meu, rio, as tuas e as minhas histórias.
    :)

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  13. Diana Fonsecaquarta-feira, dezembro 13, 2017 12:26:00 da tarde

    São margens que reconhecem tanto.

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  14. saudadequinta-feira, dezembro 14, 2017 9:34:00 da manhã

    E que belas metáforas...
    Adorei ler..
    Beijo de...
    Saudade

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  15. Olinda Meloquinta-feira, dezembro 14, 2017 6:33:00 da tarde


    É bem o retrato deste nosso amigo.
    Por aqui, embarcamos nas metáforas
    e assim analisamos o mundo à lupa.

    Abraço, Mar.

    Abraço

    Olinda

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  16. © Piedade Araújo Sol (Pity)sexta-feira, dezembro 15, 2017 7:33:00 da tarde

    que nunca as metáforas sejam profanadas

    e que as paredes da casa, sejam memórias de poesia

    bom fim de semana.

    beijinhos

    :)

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  17. LuísM Castanheirasegunda-feira, dezembro 18, 2017 7:30:00 da tarde

    que os rios encham, sem transbordar
    e as águas sejam límpidas, a saciar.
    o chão agradece.
    abraço

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