quinta-feira, 21 de setembro de 2017

FOLHAS DESPRENDIDAS






A pestanejar
sentámo-nos
no cais
onde as marés se aconchegam

falámos quase tudo
partimos
sábios e mudos

na mesa deixámos
folhas desprendidas
a fingir de barcos


Eufrázio Filipe
"CHÃO DE MARÉS"  editora Lua de Marfim


17 comentários:

  1. Mas há sempre qualquer coisa que fica por dizer.... Quando se parte com a maré...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. Deixamos sempre alguma marca por onde passamos...
    Excelente poema, em sintonia com o "Chão de marés".
    Bom resto de semana, caro Eufrázio.
    Abraço.

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  3. As marcas que deixamos em nossa trajetória contam histórias de afetos, de partidas, de vida. Admiro a beleza na simplicidade das imagens sugeridas. Abraços.

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  4. Barcos a fingir num mar verdadeiro e repleto de palavras -mudas- e sabedoria.
    Abraço fraterno Poeta Amigo

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  5. Gostei muito da criação, de todo o belo poema!

    "falámos quase tudo
    partimos
    sábios e mudos"

    bjs, uma feliz semana!

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  6. Lindo!
    Folhas que contam histórias.
    Beijinhos,
    Ailime

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  7. num piscar de olhos,

    fala-se quase tudo e de silêncio também


    um abraço

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  8. Onde chegarão essas folhas a fingir de barcos.... até elas terão alguma coisa para dizer em silêncio.
    Gostei
    Saudade

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  9. Ocorreu-me um quadro: crianças a lançarem barquinhos de papel à água.
    Inocência e sapiência, para mim, casam bem.
    Sempre a navegares em profundas águas poéticas.
    Bjinho

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  10. A espuma dos olhos com o sossego das marés
    Gosto desta antítese!
    Beijinho, E.!

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  11. por onde passamos deixamos sempre algo
    por vezes apenas um olhar
    ou um cheiro que se desprende no voo

    beijinho
    :)

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