domingo, 1 de janeiro de 2017

SEDIMENTOS


                                                      
                                                             FOTO DE AUGUSTO CABRITA////Seixal



No regresso à velha casa
respirámos fundo
os barcos ancorados
nas paredes do cais 

lá estavam
numa pauta de sons
silvos e rastos

a desordem organizada

timbres no sossego das marés
a desvendar como se movem
águas e margens

No regresso à velha casa
gratos beijámos as pedras
os sedimentos


Eufrázio Filipe

24 comentários:

  1. É bom voltar aos lugares onde pertencemos. O poema é lindo e a foto deixa transparecer uns laivos de melancolia, tal como a poesia-
    Gostei, Poeta. Muito.

    Beijinhos

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  2. também no caos pode haver beleza...
    e na casa velha, há de certeza.
    às velhas casas que a sua história perdure na memória.
    Um abraço (ao poeta e ao poema)

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  3. É sempre bom regressar... Há sempre diferenças - a vida passa por todos...
    Mas há coisas que perduram... as memórias, os cheiros....
    Bom Ano 2017.
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. e nem sempre se regressa à velha casa...
    nem sempre!

    bom ano de 2017

    beijinho

    :)

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  5. Um poema muito belo. Voltas aos lugares da memória e as palavras acompanham o Poeta...
    Para ti um ano muito BOM.
    Um beijo, meu Amigo.

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  6. regresso do filho pródigo?
    que encontres a casa plena. ainda.

    a casa, mesmo que nua (ou por isso) fala sempre de "coisas" lindas que se guardam
    velhos afectos. e memórias.

    belo poema.

    fraternal abraço.

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  7. Boa noite Poeta,
    Magnifico poema!
    Mesmo que numa “desordem organizada” é sempre bom regressar à casa que nos acolhe e reconforta, porque única.
    Beijinhos,
    Ailime

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  8. A velha casa sempre presente, principalmente as pedras onde ecoam memórias e afetos.
    Beijo.

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  9. A casa. o canto. o lugar que nos bafeja em nevoeiros.
    os objectos que nos falam calados.
    mas o cais...
    é tão bom aportar!

    aportemos num Bom Ano que é Novo.
    Beijinho.

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  10. Há regressos que nos apaziguam.
    Belo poema, como é hábito!

    Beijinhos, MA :)

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  11. Apesar de tudo se mover no abraço telúrico da terra a casa velha, sempre nova para velhas-novas paixões.
    Gostei desta entrada, Poeta.

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  12. Voltar ao sítio que deixámos
    por esta ou aquela razão,
    pode ser bom.
    Excelente fotografia do
    saudoso Augusto Cabrita,
    Abraço
    Irene Alves

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  13. A casa velha é a casa primordial. Mesmo impossível, invisível, ou quase.
    A poesia flui.
    Abç

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  14. Sedimentos de uma vida. A melancolia dos regressos aos sítios onde já fomos felizes...

    Um beijinho :)

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  15. Regressar é reencontrar-se. Timbres do ser.

    Bom Ano !
    beijo

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  16. Também gosto desta casa onde deixo um beijo!
    Feliz 2017

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  17. Que bom, voltar a ancorar neste cais de poesia...

    Após um ano de ausência, resolvi regressar.

    Abraço Poeta!!!

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  18. http://aguasdosul.blogspot.pt/2017/01/as-livrarias-de-obidos-e-poesia-de.html

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