terça-feira, 20 de outubro de 2015

A DESBRAVAR ESTRÊLAS






Efémeros nesta lucidez
de vinhedos decepados
antes que o tempo fuja
sem deixar rasto
nem pátria

inscrevo-te
numa aresta de vento
para te ver
sobre as pedras

a sonhar sonhos irrepetíveis

fecho o portão
solto os cães
mas tu ficas

vertigem de luz
a desbravar estrêlas

Eufrázio Filipe

20 comentários:


  1. "vertigem de luz/a desbravar estrelas"

    Imagem luminosa!

    Bj.

    Lídia

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  2. Sei que é pouco
    ou o sentes como tal
    que hei-de eu
    dizer afinal

    para além do que insisto
    um sincero
    (Bonito, isto!)

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  3. O poema me lembrou os ciganos...sem rasto, nem patria... vertigem de luz...

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  4. É surpreendente a tua capacidade de atingir uma beleza poética inalcançável,
    um caminho próprio, "a desbravar estrelas" de uma rica expressão literária,
    inconfundível. Só tu, poeta, trilha nesta luminosidade, e eu abro os meus
    olhos, a porta da minha alma para absorver esta trilha luminosa, guardando-a.

    Infinitamente belo, adorei!
    Bjs.

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  5. Gosto muito... mesmo quando solta os cães.
    Belo.

    Beijo.

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  6. O próprio poema é vertigem de luz
    Belo! Muito!

    Beijo

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  7. Sonhos irrepetíveis... Quem desbrava estrelas consegue sempre o "milagre" de sonhar um novo sonho, mesmo quando a fé parece gasta...
    Um beijo, amigo.

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  8. Busquei palavras no movimento das mais profundas águas quando elas escutavam os retratos por minha sala espalhados, e com elas andei de porto em porto até a luz se fazer dia e eu parar de ter sonhos irrepetíveis e poder fechar o portão, soltar os cães, e deixar apenas tu, grande poeta, a desbravar as estrelas que espalhaste nos teus versos e que, mais uma vez, ficaram a encantar o meu olhar...
    Passear por teus poemas é adentrar um mundo de magia onde a poesia fica a reinar.
    Um final de semana de alegrias e paz,
    Helena

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  9. Inscreve-se e crava-se. Entre vertigens e pedras, estrelas, desbrava. E uma delas, fica.

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  10. E lá estou eu
    sobre as pedras
    a sonhar...

    Princesa

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  11. as arestas de vento despenteiam todos os impossíveis...

    e o poema é então "vertigem de luz..."

    abraço fraterno, meu caro Poeta.

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  12. E se te disser que as estrelas
    persistem no sonho imperturbável
    ao alarido dos calhaus?

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  13. E de um sonho nasceu esta bela poesia.
    Um abraço
    Maria

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  14. Só num lugar onde existem estrelas, a poesia pode ser sublimada, da forma como tão bem o faz!!

    Abraço Poeta!

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  15. Gravar o ser amado na alma!
    Lindíssimo, MA!

    Beijinhos. :)

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