quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ANDARILHOS







Lá fora as árvores tirintam
no coração dos pássaros

Tudo parece gelo
até o ladrar dos cães

mas quando afagamos uma pedra
abrimos a porta

o sol entra pé ante pé
e nós cantamos
baixinho
para não acordar o silêncio
nas paredes da casa

Andarilhos pela vida inteira
percorremos rotas indecifráveis
traços de luz
neste chão
que nos faz andar
e atear fogueiras





33 comentários:

  1. Andarilhos somos
    tantos
    e andarilhos seremos
    até ao fim.

    Beijos.

    ResponderEliminar
  2. apesar de andarilhos, que o sol toque corações...

    Gostei muito
    abraço
    cvb

    ResponderEliminar
  3. De andarilhos a ateadores de fogueiras. Não fosse estragar o que de tão belo escreveu, diria que dá jeito em noites destas.

    ResponderEliminar
  4. (desde o tempo em que anotávamos a nossa história nas paredes das cavernas e fazíamos o fogo, friccionando o sílex)


    Beijo!

    ResponderEliminar
  5. Um misto de guerra e paz. Como um coração de asa ferida...

    Um beijo

    ResponderEliminar
  6. Somos mesmo andarilhos...

    e, pelos vistos... piegas ;)

    Bjos

    ResponderEliminar
  7. Eufrázio, andarilhos seremos, com a certeza de que, na guerra e na paz, se sublimam os homens de boa vontade.

    A sua poesia é belíssima, bem sabe. E eu não tenho como dizer-lhe do quanto de belo leio neste poema.

    Bem-haja
    Abraço saudoso e amigo
    Mel

    ResponderEliminar
  8. Andarilhos, talvez só até encontrarmos o que procuramos.
    Às vezes encontra-se.
    E encontramos a paz.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  9. Um sentimento sofrido fala deste andarilho.

    Beijinho e uma flor

    ResponderEliminar
  10. Vida: imprecisos passos
    mas necessário caminhar
    e usufruir
    o calor das fogueiras

    Abraço, Mar!

    ResponderEliminar
  11. Atear fogueiras de sentires com acendalhas de esperança... é disso que precisamos...

    ResponderEliminar
  12. Gosto desta esperança do caminhar... enquanto nos é permitido!

    ResponderEliminar
  13. Muito bonita esta forma de nos aquecer por dentro.
    Bj.

    ResponderEliminar
  14. Como sempre poeta adoro ler as entrelinhas das palavras.

    Beijinho
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  15. Se ao afagar uma pedra se abrisse uma porta ...
    juro que o faria.

    Beijo Eufrázio.

    ResponderEliminar
  16. Evoca um "andarilhar" generativo, que é de valorizar. Resistamos, então, às agruras destas estradas.
    Bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  17. Andarilhos sempre em busca de alguma coisa.

    Bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  18. "quando afagamos uma pedra
    abrimos a porta

    o sol entra pé ante pé
    e nós cantamos
    baixinho
    para não acordar o silêncio
    nas paredes da casa"

    Gostei muito.

    :)

    ResponderEliminar
  19. Quasquer que sejam as estradas, o nosso destino é andarilhar!
    Ontem foi mais um dia de andarilhos a abrir rotas futuras!

    ResponderEliminar
  20. É sempre de uma excelente qualidade
    a poesia aqui inserida.Outra coisa
    não seria de esperar.
    Bj./Irene

    ResponderEliminar
  21. uma pedra da sorte

    porque afagada

    as fogueiras do seu poema trocam o coração dos pássaros-árvore
    e caminhamos

    um abraço

    manuela

    ResponderEliminar
  22. Caríssimo Eufrázio,

    se soubesses das vezes que li este poema, sempre com redobrado espanto e enlevo não acreditarias. Tal como a Mel de Carvalho acho indizível o transmitir quanto de belo encontro nestes versos.

    E acredito sim que se abrem portas quando se afagam pedras...

    Que a luz nunca nos abandone no atear das fogueiras.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  23. Para lá dos segundos sentidos, um poema que nos toca.

    Muitos parabens e ateemos então as fogueiras

    ResponderEliminar
  24. E "El camino se hace al andar".
    Gostei particularmente da impressão telúrica que fica do "afagar da pedra".

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  25. Mar, emprestas-me este poema para o "vento", sim?!

    até já.

    ResponderEliminar