As romãs estavam a abrir
em bagos vermelhos na tua boca
ao fundo a erva crescia desmesurada
por sobre a mesa e as cadeiras
onde sentamos os silêncios
quase todos
porque ainda reservamos passos
e asas na memória comprometida
bago a bago
folha ante folha
para não acordar os pássaros
Ali ao fundo vagueiam sem amos
madeixas de vento por um fio
Neste caminhar traço a carvão
nas paredes da casa
o teu corpo livre de sombras
desnudo-me com as romãs
na síntese da tua nudez
Quando me falam em romãs a água cresce-me na boca...porque também de romãs é feita a sensualidade! Gostei imenso. Beijinhos.
ResponderEliminarUm dos mais belos que li por aqui. [na injustiça, bem sei, da minha subjectividade... tudo o que escreves é belo!]
ResponderEliminarBeijo meu.
Belssimo!
ResponderEliminarUm abraço
Assim, como quem despe o poema.
ResponderEliminarVou repetir-me, mas este poema é... belíssimo! Um arrepio nos sentidos...
ResponderEliminarBeijos
A sensualidade das coisas naturais a perfumar o teu poema!
ResponderEliminare eu sento-me à sombra desta nudez iluminada pelo compromisso de uma escrita "impositiva". como quem cumpre o ritual de prender os fios da ternura.Amiga.
ResponderEliminar(até sexta?)
Despir-se em palavras, traduzir sentimentos, gestos de entendimento que seduz a alma e afasta as sombras.
ResponderEliminarLindo! :)
bjs
Da síntese, das romãs, das sugestões, da vida.
ResponderEliminarGuardo sob os olhos pingos de comoção que daqui me chegam...
ResponderEliminar- Até ao próximo poema -
Beijinho
fico.me em leitura
ResponderEliminar.atento.me na repatição do verso
e gosto
muito
.
um beijo
Não é só por falares em romãs ( como gosto delas!!)que acho o poema lindo, juro.
ResponderEliminarUm prato de granadas para ti.
"Corpo sem sombras", como é difícil manter o nosso corpo assim.
ResponderEliminar~CC~
Fico impressionada como sai duma romã, tão lindas palavras..
ResponderEliminarbjos
bago a bago. verso a verso. mordendo a vida.
ResponderEliminarbelíssimo, Poeta.
abraços
Para quê palavras? As suas, sempre.
ResponderEliminarBelíssimo.Bj.
ali ao fundo
ResponderEliminardesmesura
mente
o teu corpo
a enrolar-se em mim
como uma asa
que me amarra á tua nudez
______
beijos Eufrázio, de maresia içada de moliceiros
Belíssimo este sintetizar da nudez.
ResponderEliminarBelíssimo poema, nesse caminhar entre memórias comprometidas de nudez...
ResponderEliminarBjs
Chris
Cheirou-me a romãs.
ResponderEliminarIluminados são os corpos livres de sombras, sensuais, sobre adereços de romã...
ResponderEliminarMuito belo.
A nudez das romãs, do corpo. O silêncio crescendo como as ervas. Um clima de sensualidade e encantamento. Muito belo.
ResponderEliminarVim lá da Meg. Adorei este seu poema! Gostei da beleza das imagens e da liberdade das sensações.
ResponderEliminarVim reler-te. Nunca cansa :).
ResponderEliminarBeijo de boa noite.
... foi a primeira vez que viu um corpo livre de sombras. Nu e feminino. Esfregou os olhos e a mesmíssima visão. Seria que com ele... Só havia uma maneira de o saber. Despiu-se integralmente e tentou descortinar alguma sombra de parte do seu corpo na parede do prédio onde se cruzavam sombras de gente comum e vestida. A mulher sem sombras sorriu enquanto o polícia o levava para a carrinha sem cerimónias. «Posso, pelo menos, levar as romãs?» perguntou esperançado ao guarda.
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