terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOLTÁMOS OS BARCOS







No regresso à velha casa
respirámos fundo
nas paredes do cais

lá  estavam organizados
numa pauta de sons
silvos sulcos lábios

timbres no desassossego das marés
a desvendar como se movem
águas margens  sonhos

No regresso à velha casa
beijámos pedras sedimentos
soltámos os barcos

e partimos



eufrázio filipe

13 comentários:

  1. há regressos
    e versos
    e partidas
    carregadas de poemas

    há fins-de-semana assim...

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  2. É bom quando regressado, solta o seu barco...
    Beijo
    ~~

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  3. E partiram para realizar outros sonhos,
    que os barcos lá estavam para isso,
    para conduzir a outras paragens, mesmo
    não saíndo da velha casa.

    Abraço

    Olinda

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  4. Os barcos (e as pessoas) não devem ter amarras...
    Excelente poema, gostei imenso.
    Caro Eufrázio, um bom fim de semana.
    Abraço.

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  5. "soltámos os barcos..... e partimos..... Onde nos irá levar a corrente???
    Belo
    Bom fim de semana
    Beijo

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  6. e partimos

    às vezes (sem vontade de voltar)

    e vamos....ou ficamos!

    :)

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  7. Belo poema!
    A vida é feita de partidas, de regressos e até de desassossego.
    Se assim não fosse, não tinha graça alguma!
    Beijo.

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  8. Um poema magnífico.
    Voltar e partir. Matar saudades, mas não ficar prisioneiro.
    Bjs
    Ailime

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  9. Os barcos se vão
    libertos de amarras
    inspirados se vão
    nos sinais escritos
    na partitura

    Abraço.

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