sábado, 29 de outubro de 2016

HALOS LUMINOSOS



                                                                                             
                         

                                                                   MAGRITE


Incomensurável
num rasgo de lucidez
o mar
já nos havia entrado pelo corpo
num abraço de limos

com bandeira e sangue 
de cores lúcidas
lá estava inteiro
nos halos luminosos
da vasta sede

até arder de novo
a madrugada
passo a passo
nos lábios
da romãzeira

Eufrázio Filipe



20 comentários:

  1. A cor de sangue inunda qualquer mar.
    Assim haja arado que o sulque.

    Abraço, Poeta.

    ResponderEliminar

  2. Das romãzeiras e dos seus belos frutos tivemos aqui provas dadas. E o mar nosso querido e benfazejo caminho é deveras incomensurável.

    Abraço, Mar Arável.

    Olinda

    ResponderEliminar
  3. Estamos no tempo das romãs. O mar, tal como a poesia, tem todo o tempo do mundo. Que pena que só os poetas o vivam em toda a sua plenitude.
    Um abraço e bom Domingo

    ResponderEliminar
  4. o fruto proibido...
    "até arder de novo a madrugada"
    esse mar ao geito de acalmar...
    belo!

    ResponderEliminar
  5. Somos ar, terra, somos mar; somos natureza que nos ofereza tamanha beleza que só com muito amor lhe podemos retribuir o muito que nos dá; amor por ela, por nós e pelos outros; num "rasgo de lucidez" que tanta vez nos falta, observemos o mar e deixemos o amor entrar. Lindo, fomo sempre. Amigo, tudo de bom. Um beijinho
    Emilia

    ResponderEliminar
  6. O mar tranquiliza-nos.... Abre os caminhos para renascermos novamente...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  7. Um abraço de limos que adivinha o fogo vermelho da madrugada.
    Grande Poema.
    Um abraço meu irmão poeta

    ResponderEliminar
  8. A quietude das ondas na maré-vaza. A sede que só os bagos da romã sacia. A brisa do poente rente aos corpos...
    Uma boa semana.
    Beijos.

    ResponderEliminar
  9. Halos luminosos... indispensáveis...
    em qualquer tom ou nuance...
    Admirável...
    Bj ~~~

    ResponderEliminar
  10. Sempre o mar e o amor, na lucidez da tua poesia, plena da força destes elementos naturais.

    Sempre um gosto ler-te, na certeza de que a amizade perdura para sempre, mesmo no silêncio.

    ResponderEliminar
  11. Sempre o mar e o amor, dois elementos naturais, na força da tua poesia, ela própria uma força da natureza, a tua.

    É sempre um prazer ler-te, na amizade que permanece no tempo, mesmo que seja um tempo de silêncio.

    ResponderEliminar
  12. Uma madrugada cor de romã!
    Magnífico poema.
    Beijinhos,
    Ailime

    ResponderEliminar
  13. Bastava a romãzeira para a poesia se desbragar em pleno, mas a envolvência já vem de muito longe.

    ResponderEliminar