domingo, 6 de março de 2016

CAMINHOS INSONDÁVEIS





Lá no alto
enleado na paisagem
respira
transparências fugidias
palavras inquietas

estranho amante
no baloiço das marés

desobrigado de céus
e outros destinos
por entre braços de araucárias
sem ameias

lá no alto
à tona dos ventos
a soletrar pelos dedos
caminhos insondáveis

que bom este cansaço
movimento
de asas remos e passos

Eufrázio Filipe

 

19 comentários:

  1. Os seus poemas intrigam-me...
    Não sei bem se os entendo...
    Mas a poesia é assim, não é?

    Gostei deste poema.

    Boa semana:)

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  2. ISABEL

    eu bem quero dar às palavras
    a leveza das cinzas

    Bj

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  3. desobrigado
    sem ameias

    na leveza das asas
    na pureza das palavras

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  4. Muito belo! Leve. Lindo! (como sempre, aliás...)

    Beijinhos, Poeta!

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  5. Boa noite Eufrázio.
    O teu compor é sublime, lindo demais!
    Que estes olhos continuem a fotografar estas paisagens.

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  6. Coisa bela este, Eufrázio!
    Quem não se perde
    quem não se salva
    nos caminhos (in)sondáveis.
    O proveito está no in
    enquanto há remos e marés.

    Abraço

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  7. nas araucárias moram pássaros


    é bom este seu cansaço de caminhos insondáveis

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  8. Lá no alto... a pensar, a escrever, a sentir-se em paz consigo próprio e com o Mundo...A reencontrar-se, enfim...
    Beijos e abraços
    Marta

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  9. "Como a ultima folha do Inverno cansada de todos os brilhos" somos nós também. Temos, pelo menos, uma vez ou outra de nos desobrigarmos destes e doutros destinos e deixar que a nossa alma se eleve, feita folha levada pelo vento numa dança suave de liberdade. Somos barcos lançados neste mar da vida, umas vezes raivoso, espumando, outras uma suavidade doce beijando a areia com carinho e se não tivermos forças suficientes para o segurar naquela onda gigante que de vez em quando põe o barco à deriva há que rapidamente içar a vela e calmamente tentar que chegue ao proximo porto. Ha sempre um à nossa espera!

    As tuas palavras " são leves como as cinzas" mas o problema é entender os " caminhos insondáveis dessas cinzas .

    Mas...isso é segredo da alma que inspirou as palvras. Beijinhos, amigo e parabéns
    Emília

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  10. Há sempre uma descrição a fazer, dos caminhos.
    Gostei dessa!
    saudações poéticas!

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  11. As tuas palavras têm a leveza das cinzas,
    no voo das belas metáforas enigmáticas!...

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  12. Olá, Filipe.
    Quantas voltas dão as palavras inquietas do poeta.
    "a soletrar pelos dedos
    caminhos insondáveis" - a busca é incessante.

    abç amg

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  13. Seu poema me lembra um suspiro, fundo... Um hiato no tempo... Sem mais, apenas. Abraços.

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  14. Também há mar e vento, para além das nuvens.

    Um abraço fraterno poeta

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  15. Só quando as palavras inquietas descem lá do alto é que se faz o "movimento de asas remos e passos".

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  16. Caminhos insondáveis, que muitas vezes só o coração do poeta pode desvendar!
    Achei lindo!
    Bjs
    Ailime

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  17. E o sonho "desobrigado" é dono de escolher o meio de transporte para o seu destino, precisamente para perceber o seu alcance.
    E como tu nos sabes levar por "caminhos insondáveis"!
    Bjo, Filipe :)

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