quinta-feira, 12 de novembro de 2015

GARATUJAS ( 8 )


                                aceitei o desafio do meu neto para escrever uns textos como se fossem garatujas

Dormiste bem? 

Passei pelas brasas. O galo fartou-se de cantar. 
Estamos numa casa de campo para descansar. 

Mas tu também ladras às estrêlas. 

Tens razão, nós é que invadimos o seu espaço. 
Na cidade dormia bem com ruído, aqui oiço pássaros de todas as cores e protesto. 

Oli - quem sabe um dia na diferença da voz, daremos um concerto, fora do coreto, sem gente estranha a ouvir. 

Se for em família até podemos convidar a cadela da vizinha. 

A cadela da vizinha não canta - vive só. 

Por vezes sós mas nunca isolados. 

eufrázio filipe

  

9 comentários:

  1. Eu avisei que o Oli não ia gostar de galináceos!!

    Nas casas de campo o sossego é relativo. Podem não se ouvir os ruídos citadinos, como as buzinas dos carros e as conversas até altas horas nos cafés e os risos de jovens que regressam a casa vindos das discotecas...mas há o gri-gri dos grilos, o coaxar das rãs, o cantar das cigarras e logo ao amanhecer o canto do galo.
    É tudo uma questão de hábito. Como adormecer aos som das vagas do mar.
    Será que vai haver sinfonia no próximo dia?
    Vou esperar com muito interesse.
    Afagos e abraços!

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  2. "Por vezes sós mas nunca isolados"
    A solidão está dentro de cada pessoa. O isolamento, tão social e tão triste...
    Belo desafio que aceitaste do teu neto.
    Um beijo, amigo.

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  3. "A cadela da vizinha não canta - vive só."

    E este "vive só" polissémico leva-me para o viver em plenitude tornando-se o canto uma "necessidade" de segunda necessidade.

    Claro está, isto sou eu a divagar.

    Bj.

    Beijo

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  4. Quem sabe se um dia o Oli irá cantar para a cadela da vizinha?

    Um abraço

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  5. É mais fácil em cooperação!
    hão-de dar um belo concerto
    e aprender que só
    não significa solidão

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