quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ÁGUA DE BEBER







Não pediam esmolas
nem clemência
nem orações

não pediam
não choravam
nem temiam

queriam repartir
o sol a chuva a terra
o mar e o pão

Sem quebrarem uma pétala de sal
vagas altíssimas
mais altas que os céus

flores vermelhas
cor dos lábios
entoadas em coro

distribuíam aos pássaros
na concha das mãos

água de beber



30 comentários:

  1. Nem todas as pessoas sabem dar de beber...

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  2. Corajosas são as sedes solidárias.

    Grande poema.

    abraço amigo poete

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  3. Quando se repartem com carinho, as bênçãos da terra, fica-se com a boca seca! Nem todos sabem distribuir essa dádiva divina que é a água, de modo a que nos mate, verdadeiramente, a sede de beber!

    Há sedes nunca saciadas e boas vontades, eternamente incompreendidas.
    Muito bonito isso que escreveu!

    Beijinhos.

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  4. Doar o que não se tem, é o milagre do SER...
    Bjo, Mar :)

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  5. ~
    ~ Não pediam... Não temiam... Repartiam...
    Distribuíam simples água, fonte de vida...

    ~ ~ ~ Belo! ~ ~ ~
    .

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  6. Lindo, magnífico! "Dar água na concha da mão" encantou-me ler.

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  7. abraço, meu irmão Poeta.

    privilégio grande este Poema.

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  8. um poema que tem tanto de simples, como de verdade

    nas suas entrelinhas, o Poeta sabe da sede de beber

    gosto!
    :)

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  9. Vi uma notícia e descobri algo mais deste amigo das letras. Congratulo-me. Parabéns! :)

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  10. "água de beber"... Sede extinta em tão bela intenção.


    Um beijo

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  11. A mais elementar e mais bela das distribuições.

    Abraço

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  12. Bem-aventurados os que repartem
    sem ter.
    Bem-aventurados aqueles que bebem
    desta água.

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  13. duma sensibilidade imensa.
    saudades d o ler


    abraço
    cecilia

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  14. Magnifico poema!
    "Na concha das mãos" a água da vida!
    Bjs
    Ailime

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  15. Muito bonito!

    Tão lindo como este de Jobim:

    http://youtu.be/HFVXZS2a3S4

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  16. Repartir. Ser solidário. Chegar à água pelo cheiro da sede...
    Belíssimo!
    Um beijo.

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  17. Neste mundo caótico, em que as diferenças são repelidas e atacadas, é preciso urgentemente que haja aqueles que, em lugar de ferir ou acusar, queiram repartir o sol a chuva a terra o mar e o pão... Abraços.

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  18. Sim, muito belo:
    "queriam repartir
    o sol a chuva a terra
    o mar e o pão"...

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  19. já não há água de beber
    já não há fontes
    há apenas garrafas de plástico
    aguardando imaginação pra mais um imposto
    um abraço com versos no cotovelo

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  20. É cada vez mais urgente, mas o que mais temos e em abundância é esta sensação universal de dor...

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  21. Grande abraço, celebrando a beleza e a fraternidade.

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