quinta-feira, 18 de setembro de 2014

UMA FOLHA À FLOR DA PELE








Pobres rios
tão rasos
que alimentam mares salgados
na esperança de serem eternos

tão cegos os seus olhos
na vertigem da escarpa
onde quase tudo converge
num ponto
inscrito na pedra
que se não verga

Pobres rios
que alimentam mares salgados
escrevem nas margens
e desaguam
estribilhos loas cantes lonjuras

a curta metragem
de uma folha
em pleno voo
desprendida
à flor da pele



 

29 comentários:

Maria Eu disse...

Fugaz...

(Bonito, como é hábito!)

Beijinhos Marianos, MA! :)

deep disse...

Mas é dos rios que os mares se "alimentam".

:)

Armando Sena disse...

A predilecção pelo instante, o fácil ou a procura incessante do desejo.
abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

Poema
"inscrito na pedra
que se não verga"

"à flor da pele"
(não há imagem mais bela)

Agostinho disse...

é a seiva
que percorre as nervuras
que sustentam as folhas
que fazem o mar.

Graça Pires disse...

À flor da pele, uma folha deste outono que nos coube...
Beijo, meu amigo.

By Me disse...

...que não se verga nem na escarpa

Arco-Íris de Frida disse...

Por vezes somos como os rios... alimentando nossos mares... tao cegos...

ana disse...

Lindo!
Um abraço. :))

Tétisq disse...

há momentos breves que alimentam como rios...

Palavras soltas disse...

"Pobres rios
tão rasos
que alimentam mares salgados
na esperança de serem eternos"

Que lindo, Mar e de uma tristeza cortante.

Daniel C.da Silva disse...

São os rios os braços do mar... e as folhas levam os nutrientes mais longe... também pelo ar...

Helena disse...

Pobres rios... Pobres todos nós, seres que não sabem cuidar da natureza tão pródiga e tão sabia em seus doares.
Sorrisos, estrelas, sempre!
Helena

Manuel Veiga disse...

pobres dos rios empurrados pelas margens...

antes a folha em seu cântico de queda.

muito belo.

abraço Poeta

Silenciosamente ouvindo... disse...

Como sempre m poema que diz muito.
A folha caída do Outono que já
está tão próximo.
Bom fim de semana.
Um abraço
Irene Alves

Ana Tapadas disse...

«Pobres rios
que alimentam mares salgados»

Belíssimo poema!

bjs

Lídia Borges disse...


As margem que oprimem farão do rio fio, sede...


Lídia

lis disse...

Um dia os rios transbordarão e invadirão as margens.
Vale esperar!

Sónia M. disse...

Um belíssimo poema!

Beijo

Olinda Melo disse...


A escarpa manter-se-à incólume, resistindo às marés e à erosão dos tempos.

Abraço

Olinda

Teresa Almeida disse...

Há uma folha que, na sua beleza efémera, dança e provoca o olhar do poeta.

Lilá(s) disse...

Mais um belíssimo poema, em época de folhas soltas.
Bjs

Isa Lisboa disse...

E se um dia os rios deixarem de correr para o mar...?

um abraço, boa semana!

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, até o imenso oceano necessita de ser alimentado pelos rios.
Lindo poema.
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

Odete Ferreira disse...

Os rios correm livremente, rasgando o seu caminho se for necessário. Não há obstáculos. No mar, diluem-se mas serão sempre água, alimento.
A folha pode desprender-se, voar mas também ser espezinhada e o filme não tem um final feliz...
Sempre originais, os teus poemas!
Bjo :)

Anónimo disse...

Á flor da pele vive tudo que é rio a fluir por dentro. Sorte da poesia, ou sorte dos poetas que tem à poesia: é quando o rio pequenino que é, vira mar.

Abraços

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e a pedra que não se verga....

perfeito...

:)

Ailime disse...

Há rios que são eternos!
Lindíssimo poema!
Um beijinho.
Ailime

MJ FALCÃO disse...

Belo o que diz...
"uma folha
em pleno voo
desprendida
à flor da pele"
É assim esta folha de Outono!