terça-feira, 6 de março de 2012

AZUIS QUE SE DESFOLHAM



Nem todas as lágrimas
caem dos céus
tantas são as madrugadas
na tua boca ao relento

desejos ocultos que alumiam
fogueiras tranças
baladas e ancas
caminhos longos

Quando sobes escarpas
a pulso
descobres raizes improváveis
por onde corre um rio cigano

e há velas latinas
que remam barcos
contra o vento

azuis que se desfolham
para a chuva cair apátrida
nos teus olhos


 

36 comentários:

  1. Poema que se olha
    que se bebe
    que se devora
    que se toca
    que nos toca

    não se comenta
    saboreia-se

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  2. São sempre belos os teus poemas.
    Este, em azul, é para comer.

    Beijos.

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  3. poema terno, sensual, com lágrimas e sentires.

    gostei muito!

    uma boa semana.

    um beij

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  4. Gostei muito. Ficou-me gravado esse "rio cigano".

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  5. Nos olhos!
    De olhar com olho fisico que por vezes se esquece de olhar com a alma e sentir o coração pulsar.

    Beijinho e uma flor

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  6. Depois de ler o comentário do Rogério, fiquei sem palavras, porque já nem as tinha, mas melhor que eu ele traduziu a sensação de te ler aqui, bebendo as palavras que têm a tua marca profunda e nos toca.

    Beijos
    Branca

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  7. "Quando sobes escarpas
    a pulso"...
    Caro poeta aqui se encontra um certo destino traçado. Quantos não chegam ao cume mesmo sangrando das mãos até à ultima gota.
    Abraço

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  8. "Nem todas as lágrimas caem dos céus"
    a maioria rebenta com a força do trovão.

    Beijo

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  9. nestes azuis que desfolham, me quedo... posso até ver os barcos remarem contra o vento.

    abraço
    cvb

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  10. É isso,não se comenta,aceita-se como um mimo,uma carícia.

    Um abraço,
    mário

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  11. "para a chuva cair apátrida
    nos teus olhos"
    Lindo!
    Em mim brotou aguaceiro ao ler este poema

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  12. Maravilhoso poema e os tons de azul...O amigo foi autarca?
    Um beijinho
    Irene

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  13. Algures entre a tristeza e a esperança...

    Um beijo

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  14. *
    belo poema !
    ,
    eu quero um mar de azuis,
    azul celeste, claro, escuro,
    cerúleo, bebé, índigo . . .
    escarpado de azul marinho !
    ,
    saudações ficam.
    ,
    *

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  15. belo poema e enorme Poeta...

    gosto dessas velas latinas contra o vento.

    abraço, Amigo.

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  16. Querido Mar Arável,

    Li o poema com tanto sentimento que o levo impresso na alma. Obrigada.

    Beijos com carinho.

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  17. E há de se navegar nos azuis,
    contra o vento que seja,
    na certeza que a chuva, apátrida com ceteza, beije olhos como os teus.

    um beijo
    dzorlo angalli

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  18. E que se escreva sempre azul..
    Haja sempre uma vela erguida....
    Lindo...
    Obrigada pela visita.
    Beijos e abraços
    Marta

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  19. Há azuis assim, absorventes e sensuais. Quem os disse frios?

    Um beijo

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  20. Um poema que é uma carícia extremamente saboreada!

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  21. A deixar-me sem fôlego, como sempre...

    Boa noite, Mar Arável

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  22. é da chuva o dulcíssimo tributo à terra arada e dos rios o azul que chega à foz.

    são belos os seus textos, meu amigo. nunca me canso de repetir. belíssimos. bem-haja

    abraço daqui
    Mel

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  23. Que lindo! Que lindo! Que imagens ternas e sensíveis que têm tanto de diáfano como de erótico. Muito bom!

    Parabéns. (também gostava de saber escrever estas bolinhas de cor!)

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  24. Um poema repleto de afectos e de sensualidade

    Bom fim de semana

    Carla Granja
    http://paixoes-encantos.blogs.sapo.pt/

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  25. Muito bonito este poema melancólico.

    Venho deixar-lhe um presente:o sêlo "prémio Dardos" que está do lado esquerdo do meu blogue. O prémio destina-se a valorizar os poemas encantores que coloca aqui no mar.
    Beijinho.

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  26. Poeta

    Que sempre o azul seja a cor dos sonhos.


    Beijinho com carinho
    Sonhadora

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  27. esse poema é arrepiante!
    lê-se de empreitada com as entranhas em alvoroço!
    como quem ouve a tua voz com o olhar perdido no infinito.
    belissimo!!!

    beijo, Mar.

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  28. "Nem todas as lágrimas caem dos céus", mas há um céu em cada gota de água que deságua, escarpas, olhos do desejo...

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