domingo, 20 de fevereiro de 2011

AS CORES DA TEMPESTADE




Na ausencia de cores no jardim
insistes em chegar
com incendios ininteligiveis
nas asas
para eternizar as breves madrugadas

Que mais poderia fazer
senão abrir as janelas
para te receber quase ninfa
fustigada de sinais
com as marcas do vento
o aroma das maresias
fugidia
mensageira de primaveras

Reconheci-te pelo trinado
desgrenhada
em fuga
nas pautas

esquecida que já tinhamos adormecido
num abraço de limos

Chegaste imprevista
a preto e branco

mas hoje não sei porquê
acordámos no alpendre
a exortar
as cores da tempestade

42 comentários:

  1. Poeta,
    Fico então avisado
    amanhã, quando a tempestade chegar,
    que não terei que ficar admirado
    com as cores que ostentar

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  2. entrei silenciosa para te dizer bom dia. perdi-me a ler o teu poema tão pleno de tanto sentimento. todas as palavras que poderiam ser ditas as usaste tu, como sempre...
    acabei, sentada neste chão, ouvindo deliciada o declamar dos teus poemas...
    obrigada, foi um momento muito bom.
    beijo.

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  3. Que chegasses, que chegasses, que não parasses de chegar...

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  4. Eufrázio
    Londo este poema envolvente e profundo. Belo de ler nesta tarde de Domingo tão cinzento.
    Beijo

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  5. A tempestade,
    à beira do abismo,
    embra o limo
    primordial.

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  6. O amanhã ergue-se ocasionalmente sobre cores de fogo.

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  7. Poeta

    E eu em silêncio cheguei...e vou, para não acordar os pássaros e levo a tempestade.

    Beijo
    Sonhadora

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  8. As ausências são perturbadoras.
    Que a paleta de cores invada o seu jardim.
    Abraço!

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  9. Voltam sempre a quem as espera!... como brisas saídas do movimento das asas das borboletas!... Mas as asas são mais fortes, o mar imenso e a costa um recorte na periferia do olhar da memória!...




    Bom semana





    Abraço

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  10. e quando assim chega, imprevista, é quando nos sabe melhor... um beijinho, eufrázio*

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  11. Tua "fugidia mensageira de primaveras" bateu suas asas por aqui...

    Belo poema!

    Um abraço,

    marlene

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  12. A surpresa é também um convite aos mistério e ao amplexo sempre desejado...

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  13. MUITO BOM (como sempre)... ao que leio em ti.

    Excelente momento de poesia ( a tua poesia declamada)!

    Beijos.

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  14. A cores ou a preto e branco... quem não abriria as janelas para receber primaveras assim...

    Produndamente eterno o seu poema!

    Beijinho

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  15. então hoje

    também eu não sei porquê,

    é aqui no alpendre, que oiço as vozes da tempestade

    um abraço

    manuela

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  16. Lê-lo, uma e repetidas vezes, pausadamente - o senhor é, como tantas vezes lho referi, dos poetas que mais admiro.

    Bem-haja, Eufrázio.
    Enorme a sua alma, o seu talento.
    Privilégio ENORME, o meu, contar com a sua amizade.

    Abraço
    Mel

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  17. As cores da tempestade já trazem um perfume de Primavera, como está bem patente neste seu belo poema.

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  18. "Reconheci-te pelo trinado
    desgrenhada
    em fuga
    nas pautas"
    Reconheci-te porque chegaste para ficar...
    Um belo poema!
    Beijos.

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  19. Há sempre um poema a dar cor à paisagem, quando se abrem as janelas e é fogo o que julgávamos ser apenas cinza.

    Um abraço, Eufrázio,

    a minha gratidão e admiração sincera!

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  20. Atrás de tempo, tempo vem.
    Por vezes são precisas as cores da tempestade para que um arco-íris sorria.

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  21. Olá!!

    Passando para conhecer e seguindo!!

    Abs,

    Daniele Barizon
    www.neointerativo.com

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  22. ______________________________


    ...voltas, voltas... As voltas jamais trarão o encanto das primeiras idas.

    Lindíssimo o seu poema! É um prazer enorme ler os seus versos...

    Beijos de luz e o meu carinho!

    _____________________________

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  23. Reconhece-se pelas cores mil a poesia das palavras sentires.
    Um abraço

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  24. as cores do poema, as palavras sempre certas.

    a tempestade que faz poema com o talento do Poeta.

    beij

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  25. A transição do "preto e branco" para uma paleta de cores é sempre desejável, mesmo (ou sobretudo) se perante uma tempestade.
    Um abraço.

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  26. Um hino à liberdade e à busca de uma outra organização política da sociedade.

    Estarei a pensar bem quando julgo estar subjacente a este texto as convulsões no Magreb, o derrube de ditaduras?

    Um abraço

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  27. que mais poderias, Poeta, que não fosse incendiar as asas "dos incêndios ininteligiveis"?!...

    belo poema. como é timbre teu.

    abraços

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  28. Cores que, pelos vistos, responderam à chamada...

    Abraço.

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  29. mais um excelente poema com uma excelente chancela


    .
    um beijo

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  30. Belíssimo poema!!! Quase pude sentir os cheiros dos ventos, ouvir os trinados, e ver as cores de maresias e asas e tempestades! Deixo cá meus abraços alados azuis.

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  31. A Maria João sabe dizer tão bem o que eu gostaria de dizer...mas que neste momento só sei sentir.
    Poesia como esta deixa-me em contemplação e é um silêncio preenchido que me fica suspenso das palavras...

    Obrigada por momento tão belo!

    Beijos
    Branca

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